Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O pedido de ajuda do governador do Rio deJaneiro, Sérgio Cabral Filho, para que as Forças Armadas atuem nas ruasda cidade para combater a violência "é uma iniciativa positiva, enquantoreconhecimento da gravidade da situação de criminalidade", como afirmouo professor de Sociologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro(Uerj), Inácio Cano.Ele ressaltou, porém, em entrevista à Rádio Nacional,que a exemplo de atuações anteriores, a presença do Excército nas ruas"não vai mudar o quadro de insegurança na cidade". A medida passa umapercepção de segurança, no seu entender, mas "a soluçãodepende muito mais da capacidade de investigar e desarticular o crimeorganizado".Nesse ponto, Cano acredita que a criação deforças-tarefa, com ajuda da Polícia Federal para a investigação deorganizações criminosas, dá melhor resultado no combate efetivo àviolência. "São elas [as organizações criminosas]que movimentam a insegurança e aviolência". Ele lembrou, também, que as Forças Armadas não têmtreinamento específico para segurança pública; mas sim, para segurançanacional.O professor da Uerj defende que a ajuda federaldeveria ser na linha de financiamentos, na prevenção com ajuventude, com moradores de áreas carentes e na criação de policiamento comunitário. Somado a isso, mais investimentos em investigação docrime organizado, que "está por trás da maior parte dos casos deviolência nas metrópoles brasileiras", acrescentou.