Integração sul-americana é mais intensa do que na Europa e deve ser contínua, diz diplomata

15/04/2007 - 18h46

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A integração dos países daAmérica do Sul já  é um fato, segundoafirmou à Agência Brasil o presidente da FundaçãoAlexandre de Gusmão, do Ministério das RelaçõesExteriores, embaixador Jeronimo Moscardo. “A América do Sulé a região mais integrada do mundo. Mais integrada doque a Europa”, afirmou. Com apenas dois idiomas (português eespanhol) que são entendidas em todos os países daregião, o continente sul-americano mostra também umpensamento harmônico e aproximação religiosa e cultural, disse Moscardo. Ele considera  que “isso já éuma proclamação da grande união, da grandeintegração cultural que existe na América doSul”.Diplomatas e acadêmicos sul-americanosparticipam no Itamaraty, no Rio de Janeiro, do 2º Curso paraDiplomatas do continente, organizado pela FundaçãoAlexandre de Gusmão (FAG). O  objetivo é intensificar o conhecimento mútuo e “fazer uma reflexãosobre a realidade de cada país,  para pensar a construçãodessa integração sul-americana”, disse  oembaixador Moscardo. Ele destacou que a integração sefaz  com idéias e com pessoas, daí o interesse doItamaraty de reunir esses diplomatas para que conheçam oBrasil e pensem sobre o processo de aproximação nocontinente.O primeiro curso foi realizado no ano passado, emBrasília. A idéia, a partir de agora, disse Moscardo, éfazer pelo menos dois cursos por ano no Brasil,  sempre nacidade do Rio de Janeiro. A idéia é tornar o Rio deJaneiro o pólo do pensamento sul-americano, como Santiago doChile  foi para a Comissão Econômica para a AméricaLatina e o Caribe (Cepal), órgão das NaçõesUnidas, informou o embaixador. O próximo evento deveráocorrer em outubro deste ano.O diretor de Relações EconômicasInternacionais da Chancelaria do Uruguai, diplomata Oscar De Maria,reforçou que a integração constitui um processoque se constrói no dia-a-dia. “A gente tem que ir vencendoobstáculos, conseguindo realizações, fazendotudo o que a inteligência e o trabalho  podem para que aintegração seja aquilo que o povo dos nossos paísesnecessita”. Para isso, ele salientou que as naçõesprecisam se conhecer cada vez mais. De Maria afirmou que os governosdevem também trabalhar muito no sentido da troca de culturaentre os povos, com a meta de unir os países porque, conformefrisou, a integração deve ocorrer não sónos campos econômico, comercial e político, mas tambémno cultural.O diplomata uruguaio recomendou que os diversossetores de cada país devem trabalhar para que essa integração seja em benefício dos povos da região e apresente uma característica de abrangência. “A integraçãonão termina, não tem um limite, não tem umalinha de chegada, como acontece em uma maratona ou uma corrida, porexemplo. Ela é um trabalho profundo, permanente”, indicou.As palestras do 2º Curso para DiplomatasSul-Americanos, organizado pela Fundação Alexandre deGusmão, se estenderão até o próximo dia20. Participam do evento cerca de 40 diplomatas e acadêmicossul-americanos.