Cabral espera Forças Armadas no policiamento de ruas do Rio

12/04/2007 - 22h38

Flávia Castro
Agência Brasil
Rio de Janeiro - O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, afirmou, hoje (12), que espera que o apoio das Forças Armadas à segurança público do estado seja dado auxiliando no policiamento das ruas. “Eles trabalharão, sobretudo, no policiamento ostensivo, ou seja, de vias expressas, avenidas, praças, corredores de pedestres e ponte (Rio-Niterói)”.Cabral diz ter recebido uma ligação hoje do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. "Ele me ligou hoje, reunido com o seu ministério da área e os comandos das três forças, e disse já estar tomando rigorosamente medidas para que essa parceira se concretize”.Mas o governador não confirmou quando começará a participação das Forças Armadas no patrulhamento das ruas. “Na segunda (o presidente Lula e o ministério da área) estarão aqui junto com o comando da segurança pública e comigo para tratarmos efetivamente das ações integradas”, completou.De acordo com o presidente do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador José Carlos Murta Ribeiro, as Forças Armadas têm o aval da Constituição para atuar no policiamento ostensivo do Rio.“Não é função constitucional do exército fazer segurança pública, pois eles devem fazer segurança nacional. Mas, na conjuntura, o governo não está pedindo uma intervenção federal para que o exército tome conta da segurança pública do estado. O governo quer formar uma parceria”, explicou Murta Ribeiro.De acordo com o presidente do TJ, a atuação das Forças Armadas não será a mesma realizada pelos policiais militares ou civis.“O exército não vai entrar na favela para fazer investigação, nem para combater diretamente a criminalidade como se fosse polícia. Ele vai ter essa medida preventiva em missões específicas, o que afasta qualquer impedimento constitucional”, justificou Murta Ribeiro.Segundo a assessoria do Palácio Guanabara, as Forças Armadas foram às ruas em pelo menos quatro oportunidades nos últimos anos. A maior operação foi durante a realização da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a Eco 92, em 1992. As tropas voltaram a patrulhar a cidade durante a chamada Operação Rio, contra o narcotráfico, em 1994. Em março de 2006, os militares subiram os morros e trocaram tiros com traficantes, para recuperar fuzis roubados de um quartel. A última ação das Forças Armadas foi em janeiro deste ano, quando ocuparam vias expressas da cidade e posicionaram navios de guerra para proteger chefes de Estado, durante a Cúpula do Mercosul.