Manifestaçães de Abril Indígena começam amanhã em Mato Grosso do Sul

12/04/2007 - 20h53

Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Um protesto em Campo Grande (MS) a ser realizado amanhã (13) marca o início das manifestações indígenas programadas para ocorrer até a quinta-feira da semana que vem, 19 de abril, Dia do Índio. Entre os dias 16 e 19, serão realizados atos em diferentes regiões do país. A concentração será na Esplanada dos Ministérios, com a montagem do 4º Acampamento Abril Indígena. Cerca de 1,5 mil lideranças indígenas, que representam mais de 100 povos, devem estar em Brasília.Em Campo Grande, o protesto terá como objetivo chamar a atenção governamental. “Essa é única forma que encontramos de pressionar o governo”, diz o coordenador-geral da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Jecinaldo Cabral, um dos organizadores do evento.Na capital federal, as manifestações focarão os principais pontos da luta de povos indígenas, instituídos pela Constituição de 1988. Saúde, educação, desenvolvimento e, principalmente, demarcação de terras.“Esta é a questão principal, porque temos 270 terras não consideradas pela Funai [Fundação Nacional do Índio] no processo de regularização”, explica cabral.Segundo ele, também há 34 processos parados no Ministério da Justiça. Três estados são os mais afetados pela demora: Mato Grosso, em que há sete terras esperando regularização; Mato Grosso do Sul, também com sete; e Paraná, com cinco.As comunidades também lembrarão os dez anos da morte do índio Galdino, assassinado em 1997 por jovens brasilienses. Ele foi queimado pelos jovens enquanto dormia em uma parada de ônibus no Plano Piloto.Familiares de Galdino e demais indígenas da etnia Pataxó também irão a Brasília. Na próxima terça-feira (17), eles farão uma marcha simbólica da Esplanada dos Ministérios até a Praça do Índio, local em que Galdino foi morto e que recebeu este nome para que o caso não fosse esquecido.A organização do evento informa que está marcada para o dia 19 uma reunião com presidente da Funai, Márcio Meira e a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie. No mesmo dia deve ocorrer também uma audiência no Senado Federal. As comunidades indígenas também pediram um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva que ainda não foi confirmado pelo Palácio do Planalto.