Universidade rural do Rio de Janeiro vai treinar detentos para reflorestamento de rios

12/04/2007 - 18h49

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro vai capacitar cerca de 500 detentos que cumprem pena no estado em regime aberto e semi-aberto para trabalhar no reflorestamento das margens dos rios Guandu e Macacu. Esses são os principais mananciais que respondem pelo abastecimento de água da cidade Rio de Janeiro, de Niterói, São Gonçalo e dos municípios da Baixada Fluminense.Para tanto, um convênio foi assinado hoje (12) entre o reitor da universidade, Ricardo Motta Miranda, o presidentes da Nova Cedae, Wagner Victer, e da Fundação Santa Cabrini, Jaime Melo, que é gestora de trabalho prisional.O projeto se insere na campanha mundial para o plantio de árvores do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), intitulada  Plantemos para o Planeta: Campanha de 1 Bilhão de Árvores.A idéia é estimular pessoas, comunidades, empresas e indústrias, organizações de sociedade civil e governos a assumirem o compromisso de plantar pelo menos um bilhão de árvores em todo o mundo durante o ano de 2007.Segundo Miranda, reitor da universidade, os professores ser responsáveis pela capacitação técnica agrícola dos detentos. "Isso envolve a preparação das mudas, o plantio, enfim, tudo ligado à parte de preparação e utilização das plantas na recuperação das matas ciliares[localizadas às margens dos rios] e das técnicas usadas na própria produção”.O trabalho de qualificação dos detentos deve ser realizado na universidade e também in loco. As mudas para o projeto - que englobam, dentre outras, espécies nativas da Mata Atlântica, como aroeira, ipê roxo, paineira, pau-ferro, pau-brasil, jatobá e jaracandá - serão fornecidas pelo Instituto Estadual de Florestas, vinculado à secretaria estadual de Ambiente.Na avaliação do presidente da Nova Cedae, Wagner Victer, o projeto "será, possivelmente, o maior programa de reflorestamento em execução no Brasil”. Ele explicou que o plantio das mudas elevará a cobertura vegetal no entorno dos rios, trazendo maior estabilidade ao terreno e evitando a erosão.