Grazielle Machado e Spensy Pimentel
Da Agência Brasil
Brasília - OMinistério do Esporte iniciou hoje uma série de açõescom o objetivo de corrigir falhas apontadas pelo Tribunal de Contasda União na execução do programa Segundo Tempo.Até sábado, 600 gestores do programa, vindos de todo oBrasil, participam, em Brasília, de um encontro nacional decapacitação.OSegundo Tempo proporciona a jovens e crianças da rede públicade ensino atividades esportivas no período do dia em que nãoestão estudando. Atualmente, segundo o ministério, oprograma atinge cerca de 1 milhão de jovens. Cada um dos 4,5mil núcleos do programa no país deve atender 200crianças, priorizando áreas de exclusão social.O investimento médio mensal por criança é de R$200, ainda segundo o ministério.Em2006, uma auditoria realizada pelo TCU apontou irregularidades noprograma. O tribunal avaliou que os coordenadores do programa nãoestavam devidamente capacitados e que o programa precisava melhorarsua proposta pedagógica.“Nósacatamos as recomendações do TCU. O encontro éparte das recomendações para poder uniformizar oprograma”, afirma o secretário Nacional de EsporteEducacional, João Ghizoni.Olevantamento feito pelo TCU mostrou que 53% dos coordenadores denúcleos locais do programa não participaram daespecialização à distância oferecida pelaUniversidade de Brasília (UnB), que tem parceria com oministério, como forma de capacitação. Alémdisso, constatou-se que 54,1% dos núcleos não têmnenhum monitor participando do curso de extensão que tambémé oferecido pela UnB.Aauditoria também apontou falhas nos critérios depriorização para crianças e jovens carentes, quenão estariam sendo cumpridos em muitos casos. Ao mesmo tempo,o documento também elogia a qualidade do treinamento oferecidoà distância. O problema é que, para participar daformação, era exigido um nível de estudo(superior completo ou em curso, em Educação Físicaou Pedagogia), que 32,7% dos monitores e 46,5% dos coordenadores nãopossuem.Outroproblema apontado pelo TCU é que 49,9% dos núcleos nãoatendem 200 crianças e sim uma média de 150.“Além disso, 58% dos núcleos não oferecematividades no mínimo duas horas por dia e três vezes porsemana e 43,2% não têm atividades individuais”, afirmao documento do tribunal.Em2006, o Segundo Tempo consumiu R$ 37,2 milhões. Este ano,estão previstos R$ 45,5 milhões para o programa, segudoo levantamento do TCU. “Nossa idéia é expandir oprograma Segundo Tempo. Nós queremos que mais jovens, maiscrianças possam ter referências do esporte. Que elaspossam ter no esporte um espaço de educação paraa vida. Que o programa não de precarize na medida em quecresce”, afirmou hoje, durante a abertura do evento o ministro doEsporte, Orlando Silva.