OAB considera presença das Forças Armadas no Rio uma medida "meramente paliativa"

12/04/2007 - 18h03

Aloisio Milani
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, divulgou nota para comentar a decisão do governo federal de oferecer as Forças Armadas para colaborar na segurança pública do Rio de Janeiro. Segundo ele, o uso das tropas forem usadas no combate à criminalidade foge das atribuições constitucionais e pode não gerar o resultado pretendido."As Forças Armadas não foram treinadas para tal finalidade e, por isso, correm o risco de fracassar nessa missão, o que acarretaria danos graves à sua imagem e à segurança do próprio país. O que o Estado do Rio de Janeiro, que vive crise aguda de segurança pública, necessita é de um plano estratégico para o setor, que começa pelo reequipamento de suas polícias", registra a nota.Britto também enfatiza que a questão "dramática" da segurança pública do estado do Rio de Janeiro não é apenas uma questão de polícia. "É social também e, como tal, impõe medidas simultâneas em outros setores, como educação e políticas públicas geradoras de emprego e renda", registra ao citar um conceito discutido pela entidade dentro do recém-lançado Fórum para a Superação da Violência e Promoção da Cultura da Paz.O objetivo do fórum, com participação de entidades como Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Associação dos Juízes Federais (Ajufe), da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), é discutir as causas da violência, ampliar a discussão qualificada do tema e evitar a aprovação de medidas como resposta a casos isolados de violência que geram comoção nacional.