Sindicato diz que reajuste de 3,3% não repõe poder de compra dos aposentados

11/04/2007 - 19h34

Isadora Grespan e Sabrina Craide
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O anúncio do reajuste de 3,3% nos benefícios de aposentados e pensionistas que recebem mais de um salário mínimo não agradou o Sindicato Nacional de Aposentados e Pensionistas, ligao à Força Sindical. Segundo o presidente da entidade, João Batista Inocentini, os aposentados reivindicavam um aumento de 8,57%, o mesmo índice usado para o reajuste do salário mínimo, que a partir de 1º de abril passou de R$ 350 para R$ 380."Esses 3,3% não repõem o poder de compra dos aposentados. Muitos remédios, por exemplo, subiram mais que isso", ponderou. "O governo disse que recuperaria o poder de compra dos aposentados, estamos esperando por isso".O secretário nacional de Previdência Social, Helmut Schwarzer, disse que o aumento teve por base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) no período de abril de 2006 a março de 2007. “Isso significa que está se mantendo o poder de consumo das aposentadorias concedidas acima do salário mínimo”.O secretário acrescentou que o índice de 8,57% que os aposentados e pensionistas solicitavam foi aplicado ao salário mínimo, mas que não deve servir de base para outros reajustes. “O salário mínimo é apenas o piso do beneficio previdenciário, e não corrige nenhum outro valor”.De acordo com o sindicalista, o governo surpreendeu os aposentados e pensionistas ao anunciar o reajuste hoje, pois havia uma reunião agendada para a próxima semana para debater a questão. "Tivemos uma reunião em março e teríamos outra hoje. O governo desmarcou, alegando que não houve tempo para que a Fazenda e a Previdência discutissem o assunto", contou. "Aceitamos isso e remarcamos o encontro para a semana que vem, mas hoje eles nos surpreenderam anunciando o reajuste".Inocentini disse, ainda, que pretende se reunir com outras centrais sindicais para pressionar o governo a conceder os 5% que completariam o aumento reivindicado pela categoria. "Acho difícil que o governo conceda este ano. Mas vamos pressionar o governo e nos mobilizar para isso".