Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse há pouco que acha dificil se chegar a um acordo para a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo, destinada a investigar as causas dos atrasos de vôos que vêm ocorrendo há meses. Chinaglia, que hoje (2) se reuniu com líderes da oposição, disse ter sugerido diálogo com os aliados para tentar um acordo sobre a CPI: "Se eu puder patrocinar qualquer acordo, vou trabalhar nesse sentido. Mas, até o momento, não vislumbrei essa possibilidade".O deputado lembrou que a decisão do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, determina o desarquivamento da CPI, mas impede sua instalação até que o Plenário do STF decida sobre o assunto. E disse ter informado aos líderes da oposição que essa decisão não deixa dúvida sobre a impossibilidade de instalação da CPI. "Eu prefiro ver se existe a disposição de acordo entre aliados e oposição, que é o mais difícil. A questão regimental, caso não seja possível da maneira que a CPI foi proposta, poderia haver outras iniciativas, mas isso é prematuro. Se houver o acordo, pode até haver alteração nessa lógica. Sem acordo, a decisão é do STF", disse.Sobre o agravamento da crise na última sexta-feira (30), Chinaglia disse que o caso envolveu insubordinação, indisciplina e "trouxe mais um elemento que ressalta a responsabilidade dos controladores de vôo na crise, mesmo que não seja uma responsabilidade exclusiva". Segundo ele, a sociedade exige que os controladores tenham a dimensão do país e que não a deixem refém "de um grupo de funcionários, sejam eles, militares ou civis".Para o presidente da Câmara, uma solução para a crise no setor aéreo não precisa esperar por uma CPI: "Seria imprudente esperar o trâmite de uma CPI para resolver um problema agudizado como esse".