Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Distrito Federal é,entre as 27 unidades da federação, a que apresenta amelhor média de freqüência escolar do país,seguido de São Paulo. Em Brasília, onde se verificam asmelhores notas do Exame Nacional do Ensino Médio(Enem), 79%dos jovens entre 15 a 17 anos de idade acusam mais de quatro horasdiárias de freqüência escolar; logo em seguida vemSão Paulo, com 59% acima desta faixa. O Rio ocupa a quintacolocação, com 51%. É o Rio de Janeiro, noentanto, que lidera o ranking de freqüência com 88%dos jovens na faixa de 15 aos 18 anos matriculados em escolaspúblicas ou privadas. Os dados fazem parte da pesquisa“Equidade e Eficiência na Educação: Motivaçõese Metas”, que o Centro de Políticas Sociais do InstitutoBrasileiro de Economia (Ibre/FGV) apresenta amanhã (3),no Rio. A pesquisa, feita a partir de analises de microdadosdo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), temcomo objetivo subsidiar a iniciativa do “PAC Educacional” de darprioridade à educação básica emdetrimento do ensino superior. Em entrevista à AgênciaBrasil, o professor Marcelo Néri, chefe do Centro dePolíticas Sociais da FGV, adiantou alguns pontos da pesquisa eadmitiu que o “PAC Educacional” está na direçãocerta. “A pesquisa mostra, de forma clara, que embora nãoseja a única, a melhor política de emprego ainda éa educação. Neste ponto constatamos com base nosmicrodados do IBGE, que o PAC Educacional está na direçãocerta, ao enfatizar mais o ensino básico e menos o ensinosuperior público. É uma política que se revelaadequada do ponto de vista de combate à pobreza", disse oprofessor. O estudo, inédito no país, de acordocom Néri, procura mostrar de que forma a educaçãotransforma a vida das pessoas, sejam elas pobres, de classe médiaou da elite. "Esta transformação éevidente, seja ela do ponto de vista da empregabilidade, do valor dosalário e mesmo sobre os efeitos da saúde do cidadão”,afirmou.A pesquisa tambémprocura olhar a questão da educação do ponto devista dos seus principais protagonistas: os jovens estudantes e seuspais.“Quando se procuraolhar em detalhe as razões da evasão escolar pode-seconstatar, por exemplo, que 8% dos jovens de 15 a 17 anos estãofora da escola por vontade própria - isto exatamente em umafaixa etária mais problemática do ponto de vista daviolência e do desemprego, pois estão aí todos osdias nos jornais verdadeiras tragédias brasileiras envolvendojovens que deveriam estar na escola; outros 4,1% o estão porterem que trabalhar e ajudar no sustento da família; e apenas2% alegaram razões de oferta de vagas ou dificuldades de aceso às salas de aula”, constata Néri.