Programa de Residência Agrária melhora a formação de estudantes universitários

27/03/2007 - 1h42

Clara Mousinho
Da Agência Brasil
Brasília - Professores universitários, alunos da área de Ciências Agrárias, representantes de movimentos sociais e funcionários do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) participam hoje (27) do Seminário Nacional de Avaliação da 1ª Turma do Programa de Residência Agrária (Prag), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Os participantes consideram a iniciativa importante para a educação e o desenvolvimento do campo.O Prag foi criado em 2004 para permitir aos estudantes universitários de cursos agrários conhecer a realidade rural. Os alunos atuam junto as comunidades de agricultores familiares e assentamentos, além de contribuírem para a promoção socioeconômica e cultural da população do campo. O programa é dividido em duas fases. Na primeira, o estágio de vivência, alunos do último ano de graduação se familiarizam com assentados e os conscientizam da importância do desenvolvimento rural sustentável. Na segunda etapa, o estudante recém-graduado é capacitado para atuar em programas de Assistência Técnica e Extensão Rural, com o objetivo de difundir técnicas e conhecimentos de agricultura e meio ambiente entre os pequenos agricultores.Segundo o professor de Informática Agropecuária da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Fábio Coelho Gomes, o programa permite que alunos dos cursos da área agrária tenham acesso a informações que tradicionalmente não constam de programas curriculares das universidades. “Eles trabalham com temáticas que estão completamente distantes das universidades. O programa resgatou essas temáticas novas de territorialidade, desenvolvimento sustentável, questões ambientais, reforma agrária, organização social, movimentos sociais e educação no campo. Tudo isso eram temas que nem passavam pela universidade”.A coordenadora Geral de Educação no Campo e Cidadania do Incra, Maria Mota Pires, acredita que o programa muda a relação do aluno com o meio rural. “A proposta do programa é boa porque muda o enfoque do estudante urbano em relação ao campo, para que esse profissional que está saindo da universidade tenha condições de trabalhar também no campo”, disse.Maria Mota Pires disse que a primeira turma do programa formou 450 alunos e atendeu cerca de 3.500 famílias. De acordo com a coordenadora,  o seminário é importante para que o programa cresça e tenha continuidade. “Dependendo do resultado da avaliação é que vamos programar uma segunda turma”.Amanhã (28), ao final das discussões, os participantes apresentarão propostas a serem enviadas às diretorias do Incra e do Ministério do Desenvolvimento Agrário, para a realização de uma possível segunda turma.