Banco Central lança campanha sobre uso do dinheiro

27/03/2007 - 20h35

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Começou hoje (27) em todo o país uma campanha do Banco Central para conscientizar a população sobre o uso do dinheiro. Por meio de comerciais de TV e rádio, anúncios em revistas, cartazes e cartilhas educativas, o governo federal pretende inibir a falsificação de dinheiro e estimular a circulação de moedas e a conservação de cédulas. A campanha se estenderá até o dia 22 de abril. “A campanha tem um significado simbólico. Hoje temos uma moeda que começa a ter significado concreto para a população devido à estabilidade de preços”, afirmou o presidente do BC, Henrique Meirelles, durante apresentação da campanha à imprensa.Segundo o chefe do Departamento do Meio Circulante do BC, João Sidney de Figueiredo Filho, anualmente são gastos cerca de R$ 350 milhões para manutenção do dinheiro em circulação, o chamado meio circulante. “Se a gente pudesse economizar uns 20% desse valor por conta de uma ajuda da população na conservação e na circulação das moedas, seria um retorno muito importante para a sociedade de um modo geral”, informou Figueiredo. O orçamento de 2007 do Banco Central prevê R$ 400 milhões para saneamento de moedas, sendo que deste total R$ 8 milhões serão investidos na campanha sobre o uso do dinheiro. Atualmente existem 12 bilhões de moedas de real em circulação, cerca de 64 por pessoa. No entanto, metade destas moedas não circulam efetivamente - ficam guardadas em cofrinhos ou jogadas em gavetas e bolsos. O custo do Banco Central na compra de moedas novas é de R$ 190 milhões por ano. O gasto com reposição de notas amassadas, rabiscadas e rasgadas também é alto - consumiu, em 2006, 80% dos R$ 136 milhões investidos pelo BC na fabricação de 1,21 bilhão de cédulas. A falsificação de moedas é outro problema que preocupa o BC. Desde a implementação do Plano Real, em 1994, o Banco Central apreendeu 4 milhões e 250 mil cédulas falsas, equivalentes a R$ 139,5 milhões. “A moeda que preserva o poder de compra atrai a atenção dos falsificadores”, avaliou Henrique Meirelles.O BC quer incentivar a população ao hábito de checar a autenticidade das cédulas. De acordo com João Sidney, 98% das falsificações são feitas em papel comum, facilmente identificáveis com os olhos e o tato – basta prestar atenção em detalhes como o relevo na figura da República. Outra dica é observar o chamado registro coincidente – basta olhar a nota contra a luz e ver se o desenho das Armas nacionais se ajusta perfeitamente com o mesmo desenho impresso do outro lado da nota. Há ainda a marca d'água, do lado esquerdo da nota, com figuras que variam de acordo com o valor da nota – a mais falsificada, de R$ 50, tem a figura da República.Essas e outras dicas estão em cartilhas preparadas pelo BC e que deverão ser distribuídas à população e também nas escolas. A estratégia de distribuição ainda está sendo analisada pelo BC com empresas e entidades parceiras.