Érica Santana
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O diretor de Conservação da Biodiversidade do Ministério do MeioAmbiente, Bráulio Ferreira Dias, informou que as mudanças climáticasserão um dos principais temas do encontro que o Fundo Global para oMeio Ambiente (GEF) promove a partir desta sexta-feira (23) emWashington, nos Estados Unidos. “Eu acho queagora, finalmente, a ficha está caindo para todo mundo, em todos ossetores. A questão das mudanças climáticas é importante e urgente. Jáestá acontecendo o fenômeno; então, temos que envolver todos ossetores”, afirmou Bráulio Dias, em entrevista à Agência Brasil. Alémde discutir as áreas que receberão mais recursos, o fundo faráuma revisão das prioridades de apoio financeiro na área de meioambiente para países em desenvolvimento. De acordo com Dias, aidéia é que essas novas regras sejam aprovadas na reunião do conselho,em junho deste ano. Odiretor do MMA é um dos 12especialistas do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). Juntamentecom dois representantes, um da África do Sul e outro dos EstadosUnidos,Bráulio Dias faz parte do grupo de trabalho sobre biodiversidade. Osdemais atuamem grupos sobre mudança climática, águas internacionais e produtosquímicos. Dias explicou que uma das propostas doBrasil é colocar a discussão sobre biodiversidade também entre asprioridade. Segundo ele, esse tema ainda não é tratado com a mesmarelevância que outros. “A questão do risco, da perda dabiodiversidade, a maioria da população e dos governos ainda achaque é uma questão a média prazo e que não requer tanta urgência quantoa das mudanças climáticas. Essa é uma questão que queremosreverter. Nós temos que agir já com relação à questão dabiodiversidade”. O GEF vai distribuir US$ 3bilhões entre os quatro grupo temáticos: US$ 1 bilhão para abiodiversidade, US$ 1 bilhão para mudanças climáticas e o restante será dividido entre águas internacionais, uso da terra paraevitar desertificação e produtos químicos. Segundo o diretor, ofundo definiu regra de divisão dos recursos,estabelecendo um teto por país, proporcional à importância de cada umnaquele tema, numa escala global. "Em termos de biodiversidade, oBrasiltem a maior cota, porque é o maior detentor de biodiversidade do mundo.Dos recursos destinados à biodiversidade - US$ 1 bilhão -, US$ 63,5milhões estão reservados para financiarprojetos no Brasil”. O Fundo Global para o Meio Ambiente foicriado em 1991 para fazer doações aos países em desenvolvimentoque assinaram a Convenção sobre Diversidade Biológica. Formado por 166países, o fundo ajuda esses países a cumprir com os compromissosassumidos na convenção e a implementar programas que contribuam para apreservação do meio ambiente. Entre os principais focos dessesrecursos, a Organização das Nações Unidas (ONU) destaca a contenção de mudanças climáticas, proteção dacamada de ozônio, despoluição de águas internacionais, combate àdegradação da terra e redução da produção de poluentes orgânicos.