Preços ao consumidor desaceleram e têm variação semanal de 0,43%

23/02/2007 - 0h04

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A inflação medida pelo Índice de Preços ao ConsumidorSemanal (IPC-S) recuou na terceira prévia de fevereiro. A taxa ficou em 0,43%, 0,11ponto percentual abaixo da registrada na semana anterior (0,54%). O índice apurado pela Fundação Getúlio Vargas e divulgadohoje (23) foi o mais baixo desde a segunda semana de dezembro de 2006, quando ficouem 0,39%. O IPC-S monitora os preços dos produtos mais comuns para as famíliasbrasileiras.Quatrodas sete classes de despesa que compõem o índice recuaram neste levantamento. Aprincipal contribuição para a desaceleração veio de alimentação. A variação dospreços passou de 1,58% para 1,25% e respondeu por mais de 80% da redução doIPC-S nesta leitura.Omovimento foi influenciado pela alta menos intensa dos alimentos in natura,principalmente hortaliças e legumes (15,22% para 13,11%) e frutas (0,86% para0,20%). A queda mais forte nos preços das carnes bovinas (-1,86% para –2,17%) eo recuo nos preços de óleos e gorduras (0,46% para 0,17%) também influenciaramo resultado.Deacordo com o coordenador da pesquisa, André Braz, os preços dos alimentos,apesar da desaceleração, ainda estão muito acima da média mensal do IPC-S.Segundo ele, os elevados preços desse grupo foram influenciados por fatoressazonais (características específicas de um determinado período) e devem seguira tendência de recuo.“Oefeito de maior intensidade sobre o IPC-S parte dos alimentos in naturaque são tradicionalmente afetados nesse mês de temperaturas elevadas e chuvasfortes. O comportamento nesta apuração, no entanto, já mostra efeito menor doque na semana passada. Excluindo hortaliças e legumes, a variação média doIPC-S cai para 0,08%, muito diferente da média de 0,43%. Isso mostra que érealmente um efeito sazonal e que não há um aumento generalizado dos preços”,explicou.AndréBraz estimou que a taxa fechada do mês de fevereiro seja menor do que a daterceira prévia porque além da tendência de desaceleração observada nosalimentos, as mensalidades escolares tiveram seu efeito máximo captado no mêsde janeiro.Asoutras classes que também apresentaram queda de preços foram Educação Leitura eRecreação (0,84% para 0,56%), com destaque para cursos formais (1,72% para1,24%), e Transportes (0,89% para 0,80%), com a principal contribuição vinda deálcool combustível, que variou de 4,38% na última apuração, para 1,51%.Por outro lado, Vestuário (-2,33 para –2,23%),com a queda mais suave nos preços das roupas (-3,26% para –2,98%), e Saúde eCuidados Pessoais (0,22% para 0,26%), com destaque para artigos de higiene ecuidados pessoais, cuja taxa passou de –0,39% para –0,20%, registraram acréscimosem suas taxas de variação.