Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Odiretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse hoje que a estatal espera manter até 2019 a atual política de preços do gás importado da Bolívia, conforme acertado em contrato. “Aposição da diretoria da Companhia é a de que o contrato tem uma fórmula dereajuste de preço – que varia de acordo com o preço do petróleo, de uma cestade óleos combustíveis – que tem que serrespeitada e preservada", disse ele. "Esta é uma posição clara da Petrobras e de seusnegociadores em ‘ene’ reuniões que já mantivemos no Brasil e na Bolívia. Ele émuito claro e deve ser respeitado até o seu final, em 2019”, completou. Naavaliação do diretor, não há qualquer motivo para que a fórmula seja desrespeitada. O preço do gás foi um dos assuntos tratados pelo presidente boliviano, Evo Morales, em seu encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, hoje, em Brasília.Atualmente, a Petrobrás importa cerca de 26milhões de metros cúbicos de gás da Bolívia por dia – embora o contrato preveja aimportação de até 30 milhões – e paga cerca de US$ 4 por milhãode BTUs (unidade térmica britânica, referência para medir o volumede gás).
O contrato firmado com a Bolívia prevê reajustes trimestrais do produto com base em uma cesta internacional de preços.Como o petróleo encontra-se em baixa no mercado internacional, onde vemoscilando nos últimos quatro meses em média em torno dos US$ 60 o barril, noinício do ano, o valor pago pela Petrobras foi reduzido em 3,7% – o queaconteceu pela primeira vez desde que o contrato foi assinado, em 1999. O próximo reajuste, mantido a formula atual,deverá ser concedido somente para vigorar a partir de 1o de abril.
Embora descarte a concessão de aumento para o gás importadoda Bolívia, a Petrobras admite que poderá aumentar o preço do produto no mercadointerno, uma vez que a demanda pelo produto continua crescendosignificativamente.
Em entrevista concedida ontem, o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa,defendeu oaumento porque, segundo ele, o gás está sendo comercializado no país a preçosbem abaixo dos seus principais concorrentes – principalmente o óleo combustível.
Há uma corrente na Petrobras, inclusive, que defende oaumento do preço do produto como forma de frear o consumo, uma vez que o paísproduz menos da metade dos 54 milhões de metros cúbicos que consume diariamente.