Economista prevê queda da inflação medida pelo IGP-10

14/02/2007 - 14h48

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Índice Geral de Preços (IGP-10), da Fundação GetúlioVargas (FGV), variou 0,28% em fevereiro, mostrando desaceleração ante os 0,39%registrados em janeiro. A inflação no ano pelo IGP-10 registra taxa de 0,67%,com alta de 3,70% nos últimos 12 meses. O índice tem como base os preços coletados entre o dia 11 domês anterior e o dia dez do mês de referência.Na avaliação do coordenador de Análises Econômicas doInstituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV, economista Salomão Quadros, oresultado do IGP-10 de fevereiro permite que se fale em tendência declinante dainflação. “O efeito de janeiro ficou isolado, foi um ponto na curva de alta,mas não é para se sustentar. E fevereiro já começou com índices bem menores. OIGP-10 foi o primeiro e eu acho que isso vai se consolidar durante o mês e pode ser até que se aprofunde em março”, afirmou. A expectativa do IPC de março mais baixo pode se concretizarpor causa do efeito das mensalidades escolares que tende a desaparecer porcompleto, além da aproximação da safra de soja, milho, arroz, e grãos emgeral, que costuma contribuir para baixar a inflação. “Eu acredito que atendência é de baixa. A tendência é de desaceleração daqui para lá (março)”, disse.De acordo com Salomão Quadros, a maior contribuição para oresultado de fevereiro foi dada pelos preços no varejo. O Índice de Preços aoConsumidor (IPC) teve variação de 0,54% em fevereiro contra 0,75% de janeiro,um decréscimo em cinco dos sete grupos pesquisados. Dentro do IPC, segundo oeconomista, os principais fatores para a desaceleração vieram dos gruposTransportes e Vestuário, cujas taxas caíram de 2,43% para 0,79% e de 0,69% paramenos 2,39%, respectivamente, pressionados pelas tarifas de ônibus urbano - quepassou de 5,63% para 1,57% - e roupas, por conta das promoções de verão, quecaiu de 0,57% para menos 3,09%. “No caso do IPA (Índice de Preços por Atacado), você teveuma diminuição dos preços de alimentos, combustíveis, produtos metalúrgicos.Uma série de grupos de produtos industriais que se desaceleraram bastante. Aomesmo tempo, no IPC você teve uma diminuição em vestuário e transportes. Essessão os principais fatores que justificaram a desaceleração”, explicou Quadros.No atacado, o economista explicou que a redução de preços de1,48% para menos 1,15% em produtos alimentares industrializados é umaconseqüência da queda de matérias-primas  agrícolas, cujos preços “tiveramum comportamento muito mais favorável neste início do ano e isso chegouaos produtos industrializados que usam essas matérias-primas”. No caso dos combustíveis, cuja taxa recuou de 0,33% paramenos 0,57%, Salomão Quadros explicou que está ocorrendo um efeito favorável daqueda de preços do petróleo. “Nesse momento já está pegando vários derivados importantes,como  óleo combustível, querosene e mesmo a gasolina, com queda de preços.O álcool não está subindo muito, mesmo no meio da entressafra. Então, oscombustíveis deram uma recuada bastante importante”, analisou.