Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O Consórcio Via Amarela, formado pelas empresas responsáveis pela construção da Linha 4 do Metrô de São Paulo, divulgou hoje (14) nota afirmando que as obras da futura Estação Fradique Coutinho "atendem a todos os requisitos de segurança". Segundo a nota, não há razão para qualquer tipo de temor entre os moradores, nem entre os transeuntes.A nota refuta o laudo assinado pelo inspetor de soldagem Nelson Augusto Damásio, que aponta falhas na estrutura da Estação Fradique Coutinho. O documento, segundo a nota, "resultou em interpretações e veiculação de informações que não correspondem à verdade", já que teria sido feito por um especialista em soldagens, não por um especialista em estruturas metálicas. "A estrutura metálica foi periciada por especialistas que constataram a inexistência de qualquer falha ou risco, confirmando, assim, a total segurança das obras". Datado de 27 de janeiro, o laudo veio a público ontem (13), em reportagem da TV Globo. O documento recomenda a paralisação da obra, "até que se iniciem os trabalhos de recuperação das soldas, acompanhados de pessoal qualificados, uma vez que a atual situação da estrutura implica sérios riscos de rompimento das soldas, podendo ocasionar acidentes de proporção imprevisíveis".A inspeção nas obras da estação Fradique Coutinho constatou que "as soldas executadas para montagem da referida estrutura encontram-se em situação totalmente irregular e precária", diz a nota. A Estação Fradique Coutinho fica localizada em Pinheiros, zona oeste paulistana, próxima da outra obra, em que ocorreu o desmoronamento que vitimou sete pessoas em janeiro.O desabamento na Marginal Pinheiros foi o 11º acidente em obras da nova linha4-Amarela do Metrô. O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas deTransportes Metroviários do estado afirma que a causa dos acidentes foi a terceirização dos fiscais da obra. Esta foi a primeira obra doMetrô, segundo o sindicato, em que a fiscalização da obra não foi feitapor funcionários da estatal. O sindicato afirma que a obra da linha 2,que não foi terceirizada, não teve nenhum acidente em sua construção..