Testemunha de assassinato no Pará teme por sua segurança e pede mais proteção

30/01/2007 - 13h55

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O assassinato do ex-presidente do Sindicato dosTrabalhadores Rurais de Rondon do Pará, José Dutra da Costa, o Dezinho,em novembro de 2000, tem uma testemunha principal que teme por sua segurança e pede sua reinclusão no programa de proteção. O lavrador Francisco Martins da Silva ajudou a reconhecer um dos pistoleiros e apontar o caminho para um mandante do crime, o fazendeiro Décio Barroso Nunes, o Delsão.O assassinato marcou a luta de movimentos sociais contra a violência no campo e pela reforma agrária. A viuva de Dezinho, inclusive, foi premiada pelo Prêmio Direitos Humanos 2006, concedido pela Secretaria Especial de Direitos Humanos. A testemunha Francisco Martins da Silva já havia sido incluído no programa de proteção à testemunha, mas saiu após a demora do julgamento do caso.Agora, no próximo dia 14 de fevereiro, o Conselho do Programa Estadual de Proteção à Testemunha (Provita) no Pará irá decidir se o lavrador terá o direito de retornar ao programa. O julgamento, que ficou suspenso por quase três anos, só foi retomado no ano passado. O julgamento de um dos principais acusados pelo crime, o fazendeiro Décio Barroso Nunes, o Delsão, havia sido marcado para 12 de dezembro do ano passado, mas Francisco Martins, temendo por sua segurança, não compareceu. Agora, ele espera a reinclusão no Provita para que possa comparecer à audiência.A secretária de Justiça do Estado, Maria do Socorro Gomes, disse que independente da inclusão de Francisco Martins no Provita, as condições de segurança dele estarão garantidas quando a próxima audiência for marcada. “Ao ser convocado para qualquer depoimento, terá proteção”, disse.Segundo o advogado José Batista Afonso, até agora, dos sete acusados de comandar o crime, nenhum foi condenado. Francisco Martins configura como principal testemunha de acusação por ter conhecido um dos pistoleiros responsáveis pelo assassinato. “A partir daí passou, a saber quem era o mandante intermediário”, disse o advogado.