Sociedade pode ser treinada para amenizar conflitos internacionais, propõe cientista político

29/01/2007 - 23h35

Juliane Sacerdote
Da Agência Brasil
Brasília - Pessoas da sociedade civil podem ser treinadas para apaziguar conflitos internacionais. Segundo o cientista político Clóvis Brigagão, diretor do Centro de Estudos das Américas, ligado ao Instituto de Humanidades da Universidade Cândido Mendes (UCAM), no Rio de Janeiro, já existem várias escolas, institutos e centros, alguns inclusive patrocinados pela Organização das Nações Unidas (ONU), que formam técnicos capacitados a atuar na solução de conflitos, o chamado alerta preventivo.“Nós queremos formar civis, diplomatas civis, para que atuem de maneira qualificada, orientada na prevenção, na resolução de conflitos interncaionais”, explicou em entrevista hoje (29) à Rádio Nacional.Brigagão informou que atualmente cerca de 40 pessoas estão sendo capacitadas em cursos como graduações, mestrados e doutorados, e que o Brasil já está desenvolvendo uma metodologia própria que respeite as tradições da América Latina. Depois de formadas, essas pessoas atuarão em outros países.“As pessoas, depois da formação, vão poder dialogar com forças contrárias, com as partes em conflito, no sentindo de buscar encaminhamentos antes que o conflito possa eclodir. Já temos uma pessoa que atua na Organização dos Estados Americanos (OEA), na Colômbia. Outra faz trabalhos Sri Lanka”, destacou.O cientista político enfatizou que o trabalho de ação preventiva não tem vínculo com o governo e também “não presta serviços ao Estado”. E resumiu: "É, sim, a diplomacia cidadã”.No estado do Rio de Janeiro, a partir de quinta-feira (1º), será realizado encontro internacional para debater formas de prevenção de conflitos internacionais, com a participação de especialistas de vários países.