Marcela Rebelo e Priscilla Mazenotti
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O ex-secretário do Ministério do Trabalho Oswaldo Bargas e o ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Veloso são acusados de envolvimento na compra do dossiê contra políticos do PSDB que supostamente estariam envolvidos na compra superfaturada de ambulâncias. Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas, Bargas disse que sua participação no caso tinha como objetivo mostrar à sociedade que os desvios não começaram no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Bargas foi colaborador da campanha de reeleição do presidente Lula. Segundo o ex-secretário, sua tarefa seria acompanhar a entrevista concedida ao repórter da revista Isto É pelos donos da empresa Planan, Darci Vedoin e Luis Antonio Vedoin, sobre o suposto envolvimento dos tucanos na compra das ambulâncias. A entrevista foi concedida em 13 de setembro em Cuiabá (MT). O ex-secretário disse também à CPMI que desconhecia a origem do dinheiro apreendido em um hotel de São Paulo – R$ 1,7 milhão – que supostamente seria pago aos Vedoin em troca das informações.Em dezembro, a CPMI pediu o indiciamento de Oswaldo Bargas, assim como do ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Veloso.Veloso disse à comissão que participou da negociação para obter o dossiê contra tucanos fazendo apenas uma “análise técnicas dos documentos” em Cuiabá. Ele licenciou-se do Banco do Brasil para trabalhar na campanha do presidente Lula à reeleição. Veloso contou ter viajado para Cuiabá com o ex-agente federal Gedimar Passos, a pedido de Jorge Lorenzetti, então chefe do núcleo de informações e inteligência da campanha de Lula. Segundo ele, lá os Vedoin teriam pedido R$ 10 milhões pelos documentos. Ontem (29) a Executiva Nacional do PT resolveu deixar para a Comissão de Ética dos diretórios municipais a decisão sobre a expulsão de Oswaldo Bargas e Expedito Veloso do partido.