Agripino diz que candidatura à Presidência do Senado não tem caráter oposicionista

30/01/2007 - 18h59

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN),apresentou hoje (30) suas propostas de trabalho na Presidência da Casa. Eledisputa com o atual presidente Renan Calheiros (PMDB-AL). A carta compromisso,escrita com a colaboração do líder do PSDB, Arthur Virgílio Neto (AM), que seráencaminhada ainda hoje aos 80 senadores, afirma em seu início que a candidaturanão tem caráter de oposição ao governo.Em entrevista coletiva, entretanto, Agripino Maia afirmouque ganhando a eleição “a Nação vai entender que este não é um país de um ladosó, que as instituições democráticas podem ter certeza que haverá ponto econtraponto”. E acrescentou: “Se o populismo autoritário ousar pensar em, porexemplo, mudar a Constituição para permitir reeleições sucessivas vezes, haveráuma reação institucional”.O líder pefelista ressaltou que não quer estabelecer um“cabo de guerra” com o governo federal, mas defender o princípio dos valoresdemocráticos. Agripino Maia disse que a bancada de 17 senadores do PFL jáse comprometeu com sua candidatura. No PSDB, da bancada de 13 senadores, olíder Arthur Virgílio garantiu que 12 votarão em Agripino. O senador JoãoTenório (PSDB-AL) comunicou à direção do partido que por conta de questõesestaduais está comprometido com a reeleição de Renan Calheiros.Agripino Maia, no entanto, recebeu o apoio oficial dopeemedebista Jarbas Vasconcelos (PE). O ex-governador de Pernambuco eleito parao Senado, esteve durante a tarde com Calheiros para comunicar que votaria nopefelista. “Venho para o Senado e vou integrar o bloco de oposição ao governo.Este bloco tem uma candidatura que, no meu entender, ultrapassa os limites daoposição. Não seria justo deixar que Renan tivesse qualquer dúvida com relaçãoao meu voto”, afirmou ao revelar seu voto em Agripino Maia.O pefelista disse que além do apoio das bancadas de seupartido e do PSDB, tem dado prioridade a conversas individuais. “Terei votos detodos os partidos”, garantiu, sem revelar qual a previsão de votação em seunome. Mas Jarbas Vasconcelos contabiliza 39 a 40 votos “praticamente certos”para Agripino. Para ser eleito presidente do Senado, um candidato tem quereceber, no mínimo, 41 votos.