Especialista prevê acordo entre seguradora e vítimas de desabamento no metrô paulista

18/01/2007 - 21h06

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Apesar de estar assegurado o pagamento das indenizações às vítimas do desabamento das obras da Estação Pinheiros do Metrô de São Paulo, ocorrido no último dia 12, tanto o Consórcio Via Amarela como a seguradora terão de chegar a acordo com os moradores, se quiserem evitar processos na Justiça. Segundo Luiz Marcoto, da Comissão de Riscos Patrimoniais da Federação Nacional das Seguradoras (Fenaseg), os processos judiciais deverão vir principalmente de moradores que não quiserem voltar aos imóveis interditados após o desmoronamento. Para as casas condenadas, o ressarcimento é total, mas para as casas danificadas por rachaduras, a indenização cobrirá apenas os reparos. “Quem quiser mudar de casa após o acidente deve estar consciente de que dificilmente vai receber o valor de um imóvel novo”, alertou.Marcoto destacou que a avaliação de móveis e veículos usados deverá representar outro ponto de atrito. Segundo ele, o ressarcimento leva em conta o desgaste desses bens antes do desastre. “As seguradoras não são obrigadas a dar um carro novo para quem teve um veículo velho destruído, o que provavelmente vai provocar questionamentos”, explicou.Mais um fator que poderá complicar a relação entre os beneficiários e a seguradora, de acordo com Marcoto, diz respeito às indenizações por danos morais. “Como a vida e o estado psicológico de uma pessoa não podem ser medidos em dinheiro, normalmente esse valor ou é fixado em juízo ou é fruto de acordo individual”, informou o especialista.Mesmo considerando a Justiça uma alternativa para as vítimas, Marcoto disse acreditar que a melhor opção é o acordo com a seguradora. “Além de os processos normalmente se estenderem por anos, os gastos com advogados podem consumir boa parte da indenização”, advertiu.Ele citou como exemplo a queda do avião da TAM em São Paulo, em outubro de 1996. “Naquela época, a companhia ofereceu um valor. Alguns aceitaram, mas muitos entraram na Justiça e demoraram a receber”, lembrou.