Marcela Rebelo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A 2ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres já está em fase de preparação. Um decreto asssinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, publicado ontem (18) no Diário Oficial da União, convoca a conferência para os dias 18 a 20 de agosto. O encontro, de acordo com o decreto, irá analisar os desafios para a construção da igualdade, avaliar as ações propostas do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres e também a participação feminina nos espaços de poder."Nessa segunda conferência vamos debater a questão da participação política da mulher. Isso é importante porque hoje no Senado e na Câmara, a representação das mulheres é de cerca de 9%", destacou a secretária-executiva da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Tereza Souza, que coordena a conferência. "Localmente, as mulheres participam mais: são presidentes das associações de moradores e de entidades que lutam pela questão de água, por exemplo."Segundo ela, no encontro, será discutida a participação das mulheres em outros temas, como, por exemplo, na discussão da reforma política. "No primeiro encontro, realizado em julho de 2004, existiam várias propostas dos movimentos sociais soltas pelo país e que, a partir da conferência, foram consolidadas. É possível agora ver o que das políticas para as mulheres foi enraizado em nível estadual e municipal."De acordo com Tereza Souza, na saúde, várias questões foram importantes principalmente na área do planejamento familiar e na prevenção da Aids."Na área de segurança, conseguimos colocar, por exemplo, na grade curricular da formação dos policiais a questão de gênero. Agora eu sei que a força policial tem uma sensibilidade diferente na questão dos direitos das mulheres."Entre os avanços, a secretária-executiva cita também a rede de atendimento às mulheres vítimas de violência. A 2ª Conferência será realizada em Brasília e deve reunir 2,8 mil delegadas indicadas pelas conferências municipais e estaduais. Os encontros municipais ocorrem nos meses de março e abril. Os estaduais, em maio e junho. Segundo Tereza Souza, foram convidados também cerca de 250 representantes de organizações internacionais que têm sede no Brasil. "Este ano teremos 425 delegadas que são dos órgãos federais. E isso é importante porque elas representam, dentro de seus diversos ministérios, o fazer políticas com essa vertente de gênero."