Oficina discute plano de utilização de áreas de várzea no Amazonas

18/01/2007 - 16h19

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Uma oficina que começou ontem (17) e segue atéamanhã (19),  em Santarém, no Pará, está discutindo a melhor formade utilizar as áreas de várzea do oeste paraense.  A várzea do RioAmazonas é uma região onde vivem comunidades ribeirinhas que praticampesca comercial, extração de madeira e pecuária, muitas vezes sem umplano de manejo ambiental adequado.

Oprofessor David MacGrath, do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA)da Universidade Federal do Pará (UFPA), é um dos participantes daoficina, que reúne ainda representantes da Superintendência Regional doInstituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), doInstituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos NaturaisRenováveis (Ibama), da Colônia de Pescadores Z-20 e do Instituto dePesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).

SegundoMcGrath, a oficina pretende elaborar um plano de utilização paraprojetos agroextrativistas (PAE) para as áreas de várzea. Ele explicouque a elaboração do projeto faz parte de um processo longo pararesolver a questão fundiária das áreas de várzea, que, apesar de serempropriedade da União, estão ocupadas por populações há vários anos.

“Agente vê a proposta de projeto de assentamento agroextrativista como ummodelo que une tanto a questão fundiária como a questão de gestão dosrecursos naturais da várzea. O grande objetivo desse encontro éjustamente definir uma política para elaboração de planos de uso paraesses assentamentos na várzea”, afirmou.

Oprofessor coordena atualmente o Programa Manejo da Várzea do Ipam. Osucesso do programa está fundamentado numa pesquisa realizada entre1991 e 1994, que concluiu que, nos lagos com sistemas bem sucedidos demanejo, a produtividade da pesca é maior do que em lagos sem manejo.

“Emresposta aos conflitos de pesca, as comunidades de várzea e asorganizações que apóiam as comunidades de várzea e trabalham nascomunidades de várzea, como colônias de pescadores, desenvolveramacordos de pesca comunitária para ordenar a pesca e tentar frear aexploração desordenada”.

De acordocom o professor, a oficina irá definir os planos de uso para a regiãode várzea aproveitando a estrutura que foi criada para os acordos depesca, que são os conselhos comunitários para cada sistema de lagos navárzea. “Esse é um momento muito importante na evolução de uma políticade gestão e desenvolvimento sustentável, muito importante para oambiente de várzea”.