Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Representantes dos principais consumidores de energia do país pediram hoje (18) à ministra Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil da Presidência da República, melhores condições de financiamento para projetos de geração de energia elétrica.Segundo o vice-presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), Érico Sommer, em países como a China e a Índia, o prazo para o pagamento dos financiamentos chega a 25 anos, enquanto, no Brasil, o prazo é de 14 anos.Ele disse que, em comparação com outros países em desenvolvimento, no Brasil o período de carência é menor. Em alguns países, os empresários têm até dois anos depois da instalação da usina para começar a pagar o empréstimo. De acordo com Sommer, que é diretor do grupo Gerdau, no Brasil, o pagamento começa antes ou no momento em que a usina entra em operação.“Esses pedidos de investimento e de condições de financiamento melhores para essa parte de geração de energia afetam todo o processo de investimento do país. Há uma concordância da ministra de que faz parte do destravamento do país a busca por uma taxa de crescimento maior”, afirmou Sommer, após reunião no Palácio do Planalto.De acordo com os empresários, a ministra não informou se o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que será lançado segunda-feira (22), trará medidas beneficiando o setor. No entanto, o presidente da Abrace, Marco Antônio Cilento, espera que a área seja contemplada, já que vem debatendo com o governo sobre o alto custo da energia.Dados da associação mostram que a energia elétrica representa 40% dos gastos de alguns setores industriais, como alumínio, gás industrial e ferro-liga. Segundo a Abrace, a tarifa industrial brasileira fechou no ano passado a R$ 206 o megawatt, 11,36% maior em comparação ao ano anterior.Na semana passada, os empresários reuniram-se com o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, para discutir o impacto da tarifa de energia na produção industrial. Conforme os grandes consumidores, a indústria nacional tem perdido competitividade por causa do aumento das tarifas, da carga tributária, da oneração dos investimentos na construção de usinas e dos entraves ambientais.