Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - William de Carvalho, o homem de 61 anos que se acorrentou hoje (18) no Senado alegando protestar contra o aumento salarial dos parlamentares, apresentou-se à Polícia Judiciária do Senado como diretor de uma empresa de tecnologia e informática especializada em segurança. Policiais interpretaram o gesto como sinal de que o protesto poderia ter segundas intenções.O diretor da Polícia do Senado, Pedro Ricardo de Araújo Cardoso, mostrou um cartão de apresentação entregue por Carvalho no momento do depoimento. Segundo Cardoso, o depoente disse que a empresa Webtac é especializada em segurança portuária, aeroportuária e de edifícios. “Isso não está parecendo um protesto, mas um teste [de segurança] ou uma questão política”, afirmou.“Isso é intriga da oposição”, disse o acorrentado, que tinha dito à imprensa ser cientista político e aposentado do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea). Ele negou representar alguma empresa de segurança e disse que o cartão é antigo.Quanto ao seu ato, Carvalho declarou: “Venderam durante as eleições [a promessa de] que nós éramos o patrão e fizeram este aumento sem consultar o patrão. Isso é um absurdo. Eu não estou dormindo à noite por causa disso”. Ele defendeu outros protestos pacíficos para pressionar os parlamentares.