Renato Brandão
Da Agência Brasil
São Paulo - Os 6.170 guardas municipais da cidade de São Paulo, além de guardas de mais seis municípios paulistas, poderão andar armados tanto no exercício do trabalho quanto fora de serviço, à paisana. A medida foi autorizada hoje (18) pela Polícia Federal, que assinou convênio com as prefeituras envolvidas. A medida delegará às coordenadorias de segurança de cada município a concessão do porte de arma de fogo aos guardas, mediante fiscalização da Superintendência da PF de São Paulo, que antes era a única instância a emitir autorização para o uso de armas para esses policiais. O convênio facilitará tanto o porte da arma funcional (de trabalho) quanto da particular, desde que os integrantes das guardas passem nos exames psicológicos e técnicos. “Isso simplifica o processo para as guardas municipais terem armamentos” disse o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que participou da solenidade, ao lado do diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda.Segundo o ministro, a medida possibilitará a integração das polícias dentro do princípio do Sistema Único de Segurança Pública, já que se exigirá das guardas municipais a criação de corregedorias, ampliando a cooperação entre a PF e as guardas municipais. “Esta é a única maneira de trabalhar e enfrentar o crime organizado”, disse Bastos.O ministro elogiou a operação deflagrada pela PF no Rio de Janeiro, que apontou envolvimento de integrantes da polícia fluminense com criminosos do estado. “Eu acredito que tenha sido um golpe muito duro no crime organizado, no que diz respeito principalmente à lavagem de dinheiro”, afirmou. Bastos defendeu o decreto de indulto para presos durante as comemorações de final de ano. “Ao invés de ser um insuflador de violência, [o indulto] é um amainador de violência, porque atende certas expectativas que retiram a agressividade daquele que está cumprindo o seu tempo de cadeia”, ressaltou Bastos. Sobre o aumento dos subsídios dos congressistas, o ministro disse que "um deputado e um senador devem ganhar bem", mas lembrou que é preciso ver o momento em que o aumento está sendo pedido e o que pode significar em relação aos números das contas públicas.Durante o evento, a Polícia Federal e os representantes das prefeituras não souberaminformar o número exato de guardas civis abrangidos deimediato pela medida. Segundo a assessoria de imprensa da instituiçãoem São Paulo, a medida poderá se estender às demais cidades do país quese conveniarem.Assinaram o convênio o superintendente regional paulista da PF,delegado Geraldo José de Araújo, o prefeito da capital, GilbertoKassab, e representantes das cidades de Botucatu, Campinas, Franco daRocha, Guarulhos, Mauá e Praia Grande.