Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro das Relações Exteriores da Bolívia, David Choquehuanca, confirmou hoje (18), em entrevista coletiva no Itamaraty, que seu país tem interesse em ingressar no Mercosul. A Bolívia faz parte do bloco, como membro associado, desde 1996. De acordo com Choquehuanca, “nos próximos dias o presidente Evo Morales enviará cartas aos presidentes dos países do Mercosul pedindo o ingresso ao bloco”. Ele disse esperar que até a próxima reunião do chefes de Estado, marcada para o dia 18 de janeiro, a adesão seja formalizada. Um grupo de trabalho será formado, acrescentou, porque "queremos uma integração na América Latina que nos permita superar as assimetrias e também queremos uma integração que não seja somente comercial, mas que esteja em função do interesse de nossos povos”. O chanceler brasileiro Celso Amorim informou que não há restrições quanto à entrada da Bolívia no bloco e que a questão da assimetria será levada em conta. “Não creio que haja problemas insuperáveis. Acho que a questão da tarifa externa comum não deve ser muito diferente do Uruguai e do Paraguai. Há o problema de país menor e acho que tudo isso pode ser resolvido por meio de regras de origem, enfim, com os remédios que estamos procurando estabelecer para o Paraguai e Uruguai”, afirmou. O Brasil, segundo Amorim, fará o possível para que a Bolívia se sinta integrada ao Mercosul: "A entrada da Bolívia [no Mercosul] é positiva, para a própria Bolívia e para o bloco”.