Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A aprovação de projetos de grande portedo setor elétrico, como as hidrelétricas do Rio Madeira, em 2007,poderá levar os desembolsos do Banco Nacional de DesenvolvimentoEconômico e Social nessa área a alcançar R$ 7 bilhões já a partir de2008-2009. A estimativa foi feita hoje pelo chefedo Departamento de Energia Elétrica do BNDES, Nelson Siffert. “Aperspectiva é que esses números venham a crescer nos próximos anos”,afirmou.
Caso seja alcançada essa meta, serásuperada a média anual dos últimos quatro anos de R$ 4 bilhões emrecursos liberados pela instituição para a área de energia.
Siffert acredita que a entrada de projetos como o do rio Madeira, queenvolve a construção de duas usinas hidrelétricas (Santo Antonio eJirau), totalizando mais de 6 mil megawatts, poderá elevar osfinanciamentos do banco para até R$ 20 bilhões. Hoje, osfinanciamentos em carteira do BNDES para o setor de energia elétricasão de R$ 7,7 bilhões.
“Eu acredito que esse número possa atingir cerca de R$ 15 bilhões a R$20 bilhões, dependendo dos projetos que venham a entrar em 2007 e dosucesso da licitação do Rio Madeira”, disse ele. A expectativa é que ospedidos de financiamento referentes ao projeto do Madeira dêem entradano BNDES no primeiro semestre do próximo ano. Siffert informou que, dentro do plano decenal do Ministério deMinas e Energia, o BNDES já apoiou três usinas hidrelétricas querepresentam 6.500 megawatts. Isso significa 22% das usinas hídricasprevistas no plano decenal de 2006-2015.
Oplano prevê expansão de 31 mil megawatts. “Então, se o BNDES jáaprovou 6 mil megawatts, isso representa cerca de 20% do total doplano decenal. Se nós contarmos, ainda, com projetos como Foz doChapecó, Estreito, Monjolinho, e imaginarmos também o projeto do RioMadeira sendo aprovado em 2007, nós poderemos atingir 35% do planodecenal no tocante às fontes hídricas já financiadas, nofinal de 2007. Ou seja, seria cerca de 10 mil megawatts”,revelou.
Nelson Siffertdestacou, também, a importância das pequenas centraishidrelétricas(PCHs) nesse processo. Desde 2003, o banco vem concedendoapoio financeiro às PCHs, em projetos aprovados e em análise, nomontante de R$ 3 bilhões. Esses projetos representam 1.204 megawatts decapacidade instalada. “Essas pequenas centrais hidrelétricas vãocontribuir também para a oferta de energia a partir de 2008”, disse.