Concorrência desleal prejudica setor de vestuário, diz sindicalista

17/12/2006 - 17h21

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Concorrência de produtos importados, desvalorização cambial, altos encargos e carga tributária elevada explicam o baixo desempenho do setor de vestuário nacional em 2006. "O balanço é muito ruim", afirmou o presidente do Sindicato das Indústrias de Vestuário de São Paulo, Marcel Zelazny. “Terminar um ano com uma queda de 8% na produção, com demissões quase nesse nível e empresas tendo dificuldades não pode ser um balanço bom”. Segundo ele, o emprego e o faturamento também caíram durante o ano de forma linear, à taxa de 8,1%.A valorização do real frente ao dólar norte-americano já repercute sobre a balança comercial. Em 2005, o setor registrou superávit (quando as exportações superam as importações) de US$ 683 milhões. A previsão para 2006 é que a balança encerre o ano negativa em US$ 80 milhões. Zelazny diz que a principal razão para o quadro negativo do setor em 2006 é a importação de produtos asiáticos, fruto da desvalorização cambial e da falta de competitividade da indústria nacional, em decorrência de impostos e encargos altos. Ele lembra, ainda, que boa parte dos produtos vindos da Ásia entra no país sob a forma de contrabando ou com documentos falsificados para pagamento de taxas menores."Temos custos altos, um dólar que incentiva mais a importação do que a exportação, além de uma burocracia interna que acarreta dificuldades para exportar. Fica difícil, não conseguimos competir lá fora com esses países [asiáticos]. Em contrapartida, eles têm maior facilidade para competir aqui dentro".A expectativa para 2007 também não é otimista. A produção e o faturamento, por exemplo, devem manter os níveis atual.