Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Cultura, Gilberto Gil, afirmou hoje (12) que vai pedir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a interrupção do processo de votação da Lei do Esporte, que prevê isenção fiscal de 4% para empresas que investirem no setor esportivo. Gil disse que vai se reunir com Lula e o ministro do Esporte, Orlando Silva, para sugerir o aumento do teto da isenção fiscal de 4% para 8%, a fim de que os 4% da cultura e os 4% do esporte transitem em áreas diferentes.Tanto Gil quanto diversos grupos de artistas temem que a Lei do Esporte dispute patrocínios com a Lei Rouanet, que já existe e prevê isenção de 4% para empresas que investirem em cultura. “Nós nos reuniremos, eu e o ministro Orlando Silva, do Esporte, com o presidente Lula, para exatamente ponderar, equilibrar a proposta de lei que vem tratar da questão do incentivo fiscal para o esporte, atendendo as adequações necessárias e exigidas pelo setor cultural, pelo próprio Ministério da Cultura, no sentido de que não haja canibalização, que não haja uma competição brutal com prejuízo para um dos setores”, afirmou Gil. Os ministros também devem sugerir que seja incluída na lei a figura das alíquotas graduais, diferenciadas de acordo com o projeto a ser financiado.Sobre a permanência à frente da pasta da Cultura, Gil afirmou que está ponderando, a pedido do presidente Lula, se fica, ou não, no cargo de ministro. “O presidente ponderou que eu pensasse, que eu me desse, a mim mesmo, e a ele e ao país um prazo para refletir um pouco melhor sobre a possibilidade de ficar. Eu estou fazendo isso, avaliando isso. Deverei ter uma conversa com o presidente, definitiva, nos próximos dias, aí então para decidir ficar ou não ficar”.