Educadores e estudantes avaliam resultados e desafios da alfabetização de jovens e adultos

04/12/2006 - 21h45

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Secretários de Educação, representantes de universidades, gestores, alfabetizadores e alfabetizandos se reuniram hoje (4) para avaliar os resultados do programa Brasil Alfabetizado.O encontro ocorreu durante o seminário Diferentes Diferenças: Caminhos de Uma Educação de Qualidade para Todos, realizado pelo Ministério da Educação (MEC), em Brasília.O secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do MEC, Ricardo Henriques, diz que a avaliação vai contribuir para a possível reformulação do programa, que recebeu cerca de 2 milhões de matrículas.

“Não é possível fazer uma política pública de qualidade no Brasil como um todo, e na Educação em particular, sem fazer uma avaliação séria que nos diga onde estamos acertando, onde estamos errando e o que precisa ser modificado. A necessidade de produzirmos esse conhecimento exige diálogo entre os vários participantes do processo”.  

Segundo ele, o índice de alunos que abandonaram as aulas ficou em torno de 20%. Outros 30% freqüentam o curso de forma descontínua. Embora ressalte que o número de faltas compromete o aprendizado, Henriques vê um aspecto positivo neste número.

“Apesar das dificuldades e do cansaço, essas pessoas vêm às aulas, mesmo que de forma descontínua. Lógico que isso atrapalha o aprendizado, mas não deixa de ser um sinal de que os estudantes estão motivados a aprender”.

Para o secretário, o maior desafio é encontrar formas de manter freqüentando as aulas as pessoas que se matriculam no curso. Ele também destaca a necessidade de estados e municípios assumirem maior responsabilidade pela alfabetização.

Henriques diz ainda que, além de alfabetizar, é necessário garantir a continuidade da formação de jovens e adultos. “Não há como atrair os alunos de forma duradoura sem articular a alfabetização, a educação, e o conteúdo profissionalizante”.

O Brasil Alfabetizado foi criado em 2003 para capacitar educadores e oferecer a pessoas com mais de 15 anos a oportunidade de aprender a ler e escrever.  Cada curso tem oito meses de duração.

Segundo informações do Fundo Nacional de Desenvolvimento de Educação (FNDE), hoje são 1.967.802 alfabetizandos e 99.113 alfabetizadores distribuídos por 105.220 turmas. 

O diretor de Educação de Jovens e Adultos do MEC, Timothy Ireland, diz que 11,2% da população brasileira não sabe ler ou escrever. Outros 33 milhões de jovens e adultos não estudaram mais que quatro anos.