Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O governo deverá tomar uma posição a respeito do plano de internacionalização da Eletrobrás ainda este mês, espera o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, que participou hoje (4) de seminário organizado pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro sobre a liderança brasileira em tecnologia de energia. Com a internacionalização, a Eletrobrás poderia captar recursos de investidores estrangeiros e também prestar serviço fora do país.O ministro disse que o projeto de internacionalização da Eletrobrás será discutido de forma ampla. Ele lembrou que a discussão carece, inclusive, de suporte legal, uma vez que a Eletrobrás é uma empresa listada na Bolsa de Valores. Por isso, “todos os seus passos serão criteriosamente seguidos dentro da regulamentação a que a Eletrobrás, como empresa aberta, tem de seguir”, explicou.O processo envolve a abertura do capital da Eletrobrás e a resolução da questão das empresas federalizadas, entre outros fatores, destacou o ministro. “Nós temos uma orientação estratégica do presidente Lula: a Eletrobrás precisa ser a líder nacional, uma empresa de referência regional e uma empresa que tenha visibilidade no Brasil e nos mercados internacionais”, declarou.“Existe uma orientação estratégica do governo no sentido de que a Eletrobrás, que é a maior empresa estatal do setor, volte a atuar com sinais de eficiência, clareza na sua governança corporativa e reestruturação para que tenha mais eficiência nos aspectos operacionais e administrativos. Isso é que está sendo colocado”, esclareceu.A espeito de prazos, Silas Rondeau revelou que o presidente da República já determinou a seus ministros da infra-estrutura principalmente, que ao iniciar o novo governo ele já tenha em mãos uma clareza dos principais objetivos para a melhoria da infra-estrutura no país, a fim de destravar os entraves ao crescimento do país. “Estamos trabalhando diuturnamente para que se identifiquem quais são os principais gargalos para que essa orientação do presidente seja atendida. Tem que ser antes do Natal porque dia primeiro ele começa o segundo governo”, advertiu.Os ministérios da Fazenda, Planejamento, Minas e Energia, além do núcleo de Assuntos Estratégicos, se encarregarão de traçar o plano futuro de desenvolvimento da Eletrobrás. “Nós temos que ver uma Eletrobrás diferente”, afirmou Rondeau.Ele recordou que quando foi presidente da Eletrobrás, encaminhou ao governo uma proposta de alteração da lei de criação da estatal que permitia à empresa investir no exterior. “Essa é a discussão que está sendo iniciada agora dentro de uma visão de uma Eletrobrás robusta, eficiente, que diga adeus ao passado. Não tem nada de saudosismo dentro dessa proposta. É uma empresa moderna, que vá ao mercado internacional sim, mas dentro das regras de eficiência, governança corporativa, como eu falei”, esclareceu.Não há estudos conclusivos ainda sobre a matéria, disse Rondeau, admitindo que o processo de abertura da Eletrobrás pode ocorrer “no próximo ano, pode ser em dois anos, pode ser em três anos”.