Pesquisa do Banco Central reduz para 2,86% expectativa de crescimento da economia

04/12/2006 - 9h33

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A soma das riquezas produzidas no país ao longo de 2006 devecrescer 2,86%, de acordo com a expectativa de analistas de mercado ouvidos peloBanco Central, na última sexta-feira (1), sobre tendências dos principaisindicadores econômicos. O resultado da pesquisa foi divulgado hoje (4) peloBoletim Focus, e aponta queda gradativa das projeções dos economistas do setorprivado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).Há quatro semanas, eles acreditavam que o PIB aumentaria 3%neste ano, mas a constatação, pelo Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE), de que o crescimento econômico do trimestre julho-setembrofoi de apenas 0,5% em relação ao trimestre anterior, derrubou mais ainda asestimativas dos analistas.A involução resulta, principalmente, da queda constante nasprojeções de crescimento da produção industrial, que há um mês eram de 3,40% ena pesquisa atual chegaram a 3,11%, com reflexo negativo também na estimativade crescimento industrial para 2007, que passou de 4,30% para 4,10%.Contraditoriamente, porém, a perspectiva é de queda narelação entre dívida líquida do setor público e PIB. De acordo com aperspectiva dos analistas pesquisados, a relação dívida/PIB deve encerrar 2006em 50,17%, contra projeção de 50,30% na pesquisa anterior; e a equivalênciapara o ano que vem deve cair para 49%, ante estimativa de 49,10% na semanapassada.De acordo com o boletim Focus, o saldo da balança comercial(exportações menos importações) deve ficar em torno de US$ 45 bilhões neste ano(US$ 38 bilhões em 2007), o que garante US$ 12,10 bilhões, este ano, de saldoem conta corrente, que envolve todas as transações comerciais e financeiras como exterior, e permite projetar saldo de US$ 5,65 bilhões na conta corrente de2007.São projeções para um cenário de mercado no qual a cotaçãodo dólar norte-americano sofre mais uma redução, de R$ 2,16 para R$ 2,15, nofechamento do ano, com perspectiva de chegar ao final de 2007 valendo R$ 2,25;ao mesmo tempo em que a taxa básica de juros (Selic), hoje de 13,25%, caia para12% até dezembro do próximo ano.