Brasil precisaria "crescer uma França" até 2015 para atender mercado energético, diz ministro

04/12/2006 - 20h41

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, disse hoje (4) que para atender o mercado consumidor de energia até 2015, o país precisaria crescer "quase uma França nesse período de tempo".Esse quadro considera um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todas as riquezas do país) de 4,2% ao ano e um aumento da consumo de energia de 5,1% anuais. O plano de 2006 a 2015 prevê investimentos de R$ 129 bilhões em geração e transmissão.Já o Plano Nacional de Energia 2030, segundo o ministro, tem como objetivo a estratégia de expansão da oferta para atendimento ao consumo a longo prazo, “com lógica e desenvolvimento sustentado”. O plano, que está sob consulta pública, deve ser aporvado ainda em 2006.Uma das metas é a retomada do planejamento setorial, oferecendo uma visão mais integrada e de longo prazo para o setor energético. Rondeau afirmou que as políticas públicas para o setor energético de curto prazo deverão ser subsidiadas.De acordo com ele, o esforço está concentrado para que, em 2030, a geração hidrelétrica tenha contribuição importante da agroenergia (etanol e biodiesel). A idéia é ampliar a participação dos atuais 17% para 23%. O ministro lembrou que até lá o petróleo continuará participando com 40% do consumo final.“Então, é um esforço muito grande, que tem que ser feito no sentido de  garantir a autosuficiência de petróleo, principalmente através da intensificação de processos de exploração e produção de petróleo e gás”.Rondeau disse que a perspectiva é aumentar também a participação do biodiesel para substituição cada vez maior da indústria mineral, com utilização do H-Bio (óleo vegetal) no refino do diesel. O planejamento energético elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao ministério, estima que a participação relativa do gás natural na matriz energética brasileira passará dos atuais 9% para 15% até 2030. Em contrapartida, acrescentou o ministro, haverá redução do uso da lenha e do carvão vegetal de 13% para 4%, com efeitos positivos ambientais, traduzidos pela redução do desmatamento na Amazônia.