Daniel Merli e Elaine Patricia Cruz
Repórteres da Agência Brasil
Brasília e São Paulo - Na primeira reunião após a vitória de seu presidente de honra, Luiz Inácio Lula da Silva, à reeleição para o Palácio do Planalto, o Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) emitiu nota sobre sua posição política para os próximos quatro anos de governo. “Há muito tempo a gente não tinha uma reunião tão produtiva”, avaliou o presidente interino da legenda, Marco Aurélio Garcia. “A vitória faz bem”.No texto, o órgão máximo de direção do PT defende a formação de um “governo de coalizão” no segundo mandato de Lula – como haviam defendido o próprio presidente e os petistas Garcia e Tarso Genro, ministro das Relações Institucionais.No espírito da “coalizão”, a nota começa agradecendo o apoio de “dirigentes e filiados” de partidos que não defenderam oficialmente a reeleição de Lula: PMDB, PDT, PV, PP, PL, PPS, PTB e PSOL.A nota defende “um Governo de Coalizão programática, expresso na reunião das forças que construíram o caminho da vitória”. Para a coalizão, são chamados “todos aqueles que estejam de acordo com o programa de transformações econômicas, sociais e políticas defendido durante a campanha eleitoral”.O texto petista destaca que a idéia não é apenas lotear cargos no Poder Executivo. “O Governo de Coalizão não é um condomínio baseado na distribuição fisiológica de cargos”.Dentro da coalizão, o PT pretende buscar uma aliança mais sólida com o que chama de “ forças de esquerda que apóiam o governo”: o Partido Socialista Brasileiro (PSB) e o Partido Comunista do Brasil (PCdoB). A nota também defende a criação de um conselho político “composto por todos os partidos da base do governo, reproduzindo a experiência exitosa da campanha eleitoral”.No programa conjunto do governo de coalizão, a nota do PT defende uma pauta que inclua “crescimento sustentável de nossa economia”, “expansão das políticas sociais”, “reforma político-institucional que assegure uma maior participação do povo na vida política do país” e a “democratização da comunicação social”.O Diretório Nacional também marcou a data do 3º Congresso do PT para início de julho, em Brasília. O encontro estava agendado para 2008, mas foi antecipado para definir as posições do partido frente ao segundo governo. As pautas do congresso serão "o Brasil que queremos, o socialismo petista, concepção de partido e funcionamento".