Seminário no Sul cobra investimento na proteção a crianças e adolescentes

08/11/2006 - 22h16

Shirley Prestes
Repórter da Agência Brasil
Porto Alegre - A infância e a juventude são tratadas com descaso e a falta de investimentos sonega o direito de meninas e meninos terem uma família, afirmou hoje (8) o coordenador do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventudedo Ministério Público do Rio Grande do Sul, Miguel Velasquez. O promotor disse ainda, no encerramento do seminário Criança: cadê a família?, que chegou a hora de as instituições públicas prestarem contas sobre o que estão fazendo para melhorar a vida de milhares de crianças e adolescentes. Ele elogiou o trabalho realizado pela organização não-governamental gaúcha Instituto Amigos de Lucas, na prevenção ao abandono da infância e na luta pela garantia de uma lar para toda criança. ”A instituição vem conscientizando os órgãos governamentais de que não se pode deixar uma criança tanto tempo dentro de um abrigo”, afirmou. Para o procurador-geral de Justiça em exercício, Antonio Carlos de Avelar Bastos, que também participou do encontro, "num país em que a infância está cada vez mais desprotegida, é impossível não se sensibilizar com o trabalho de voluntários de extraordinário senso humano”. Iniciado ontem (7), o seminário é o sexto realizado no país pelo Grupo de Trabalho Pró-Convivência Familiar e Comunitária, resultado de parceria da Associação Brasileira Terra dos Homens com os escritórios regionais do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância). A diretora executiva da Associação, Cláudia Cabral, lembrou que "a família é a idéia central do seminário" e que "ver apenas a criança que está na rua, sem entender o que se passa em seu núcleo familiar, é um equívoco que vem sendo historicamente repetido".Nos dois dias do encontro foram discutidas modalidades alternativas à institucionalização de crianças e adolescentes, como a prevenção, o afastamento, a reintegração e o acolhimento familiar, entre outros.