Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Relatório de 2006 sobre o Índice de Desenvolvimento Humano medido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), registrou mudanças no cálculo de um dos indicadores do IDH, o que levou o PNUD a refazer as contas de outros anos pesquisados, como 1975, 1980, 1985, 1990, 1995, 2000 e 2003.A taxa de matrícula bruta nos três níveis de ensino, ou seja, a relação entre a população em idade escolar e o número de pessoas matriculadas no ensino fundamental, médio e superior, incluíam os números dos programas de educação de jovens e adultos.Esses dados eram medidos somente em 32 países, entre eles Brasil, Argentina, Reino Unido e Suécia, e agora foram excluídos para tornar mais precisas as comparações com os países. Com a metodologia aperfeiçoada, o Brasil avançou em duas das três dimensões do IDH: longevidade e renda.A longevidade, expressa na esperança de vida ao nascer, subiu no Brasil de 70,5 para 70,8 anos de idade de 2003 para 2004. Renda, ou seja, o que as pessoas ganham ao fim do mês pelo desempenho de alguma atividade econômica, foi o item que mais colaborou para melhorar o IDH brasileiro. O PIB per capita passou de US$ 7.949 para US$ 8.195 no período. O dólar é usado para calcular a renda, como forma de eliminar as diferenças de custo de vida entre os países. O desempenho em educação ficou estável. O item é avaliado por dois indicadores, a taxa de alfabetização de pessoas com 15 anos de idade ou mais e a taxa bruta de matrícula nos três níveis de ensino. As séries estatísticas mostram que a taxa de alfabetização ficou no mesmo patamar em 2004, 88,6%. Isso representa 11,4% de analfabetismo, segundo o relatório, o que coloca o Brasil na 62ª posição no ranking mundial.Embora menor, o percentual da taxa bruta de matrícula, que foi de 85,7%, colocou o Brasil numa posição melhor no ranking. O país está em 40° lugar em matrículas efetivadas nos ensinos fundamental, médio e superior. A ONU calcula também o Índice de Pobreza Humana (IPH) em 102 países em desenvolvimento. Este é um dos dois índices derivados do IDH, o outro é o Índice de Desenvolvimento Ajustado ao Gênero (IDG). O Brasil aparece na 22ª posição do IPH, antecedido na lista mundial pela Turquia, Líbano e Tailândia.O IPH do Brasil é menor que o do Uruguai e o da república africana de Mali. O índice de pobreza mede a privação em três aspectos: a curta duração da vida (quando as pessoas morrem antes dos 40 anos de idade), a falta de educação elementar (ou seja, o analfabetismo entre adultos) e a falta de acesso a recursos públicos e privados.O IDG brasileiro, que leva em conta os mesmos indicadores do IDH, considerando as desigualdades entre homens e mulheres, deixou o Brasil como o 55° lugar da lista mundial. O ranking do IDG tem 136 países e o Brasil está à frente da Colômbia, mas vem atrás de Macedônia e Ilhas Maurício.