Paula Groba
Da Rádio Nacional
Brasília - Uma nova assembléia, amanhã (10), pode definir quando os médicos residentes voltam ao trabalho nos oito hospitais públicos do Distrito Federal. Mais de 600 residentes estão parados desde uma assembléia na manhã de hoje (09). O retorno às atividades depende de uma resposta do governo distrital. De acordo com a assessoria da Secretaria de Saúde do DF, já há entendimento de que as reivindicações dos residentes serão atendidas. Haveria, inclusive, um projeto sendo formulado para aumentar a contratação de médicos com mais experiência e condições de dar suporte aos residentes.Além disso, o governo do Distrito Federal busca verbas para o aumento do valor das bolsas que os residentes recebem, atualmente no valor de R$ 1.460. O aumento pedido é de 53% pagos da seguinte forma: 30% a partir de janeiro e os 23% restantes distribuídos até o mês de julho do ano que vem.Outra reivindicação dos residentes é o cumprimento da lei federal que estipula o máximo de 60 horas semanais para cada profissional. De acordo com os residentes em greve, no Hospital de Base, por exemplo, há médicos que trabalham quase 120 horas semanais.O diretor do Hospital de Base, Milton Menezes, diz que desconhece a excessiva carga de trabalho dos residentes e afirma que a situação no maior hospital de Brasília está controlada, pelo menos por enquanto.“Foi necessário escalar apenas um médico a mais no atendimento de neurocirurgia. Os trabalhos na emergência do hospital durante a tarde desta quinta-feira não ficaram prejudicados, mesmo com a falta dos 218 residentes do hospital”, afirma Menezes.No entanto, um dos médicos do hospital, Amauri Godinho, diz que a situação já é emergencial e a falta dos residentes fez com que os profissionais ficassem mais sobrecarregados com o atendimento.A nova assembléia dos médicos residentes do DF ocorrerá amanhã, às 8h, no Hospital Regional da Asa Sul (HRAS). De acordo com o assessor da Associação Brasiliense de Médicos Residentes (Abramer), Rodrigo Abreu, a previsão é não estender por muito tempo a greve, que deve prejudicar parte da rede pública de saúde. Os médicos aguardam uma resposta oficial da Secretaria de Saúde de que as reivindicações estariam garantidas.