Nielmar de OLiveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Ao mesmo tempo em que sustenta não haver necessidade de aumento no preço dogás natural importado da Bolivia, a Petrobras admite existir defasagem entre opreço do gás natural praticado no país e o dos combustíveis que ele substitui.Em nota divulgada esta semana, a estatal brasileira afirmava que uma dasrazões para esta defasagem era o “desequilíbrio” entre a oferta e o crescimentoda demanda pelo produto, "mais rápido do que seria sustentável".A Petrobras lembrava, na nota, que apenas vende o gás para as distribuidorasestaduais, que “definem os preços finais e os reajustes para os consumidores residenciais,veiculares, industriais e para as termelétricas”. A nota informava também quedurante dois anos (2003 a 2005) manteve estáveis os preços para as essasdistribuidoras, "o que significa dizer que não repassou os reajustesocorridos no preço do gás da Bolívia".O crescimento da demanda brasileira, em torno de 17% ao ano, de acordo com anota da Petrobras, é "uma das maiores taxas do mundo, exatamente porque opreço no mercado interno está defasado em relação aos demais combustíveisalternativos”. A empresa lembrava ainda, na nota, que vem investindo no aumento da produçãointerna: "A partir de 2008, estaremos aumentando progressivamente aoferta no mercado interno. Em 2011, o Planejamento Estratégicoprevê uma demanda em torno de 121 milhões de metroscúbicos/dia, dos quais cerca de 59% serão atendidos pelaprodução doméstica e o restante, pelo produto importado da Bolívia epelos terminais de regaseificação de gás natural liqüefeito (GNL)”.Atualmente, a Petrobras importa da Bolívia cerca de 26 milhões de metroscúbicos diários de gás natural. O volume é pouco mais do que a metade doconsumo nacional do produto e atende, principalmente, as regiões Sul, Sudeste eCentro-Oeste do país