Para diretor da Fiesp, crescimento de emprego industrial repete "tragédia"

09/11/2006 - 16h14

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini, avaliou o resultado do Nível de Emprego Industrial em outubro como "pífio".Para ele, tendo em vista os últimos índices, o emprego na indústriadeve crescer cerca de 2% este ano. “É um pouco da repetição da tragédia ocorridano ano passado com relação a crescimento e emprego e estamospercorrendo esse caminho", disse Francini. Segundo dados divulgados hoje (9), em outubro, o emprego na indústria paulista teve crescimento de 0,2%, o que corresponde a 4 mil vagas criadas. No ano, o setor acumula alta de 3,97%, com 82 mil vagas criadas. Nos 12 meses encerrados em outubro, o crescimento acumulou 1,39%, com saldo de 29 mil novos empregos por conta das vagas fechadas em novembro e dezembro do ano passado.De acordo com o diretor da Fiesp, entre os setores que merecem destaque está o de informática, que teve resultado positivo em decorrência do incentivo oferecido pelo governo para a ampliação das vendas de equipamentos. O setor foi responsável por 4,54% do percentual de crescimento do emprego em outubro. No ano, esse índice representou 13,5% do total, e nos últimos 12 meses, 14,22%. “Esse crescimento foi propiciado pela formalização dos trabalhadores do setor que eram pequeno e hoje tem fabricação expressiva, competindo até com os maiores”, explica Francini.Segundo ele, no final do ano a indústria deve parar de contratar ou até demitir, fato comum nesse período do ano. “Essa queda do emprego é puxada por alguns setores, principalmente o sucro-alcooleiro, porque é final de safra. Achamos que está na rota que havíamos previsto que ia percorrer.” Francini ressaltou que a Fiesp revisou para menos as suas estimativas de uma crescimento de 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2006. “Vai dar 2,7% ou 2,6%. Porque já estávamos prevendo uma atividade para a indústria de transformação bastante aquietada, baixa. Temos todos os fatores presentes para explicar esse acontecimento.”