Secretário de Saúde diz que não vislumbra solução para falta de imunoglobulina

08/11/2006 - 12h56

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde(Conass), Jurandi Frutuoso, disse que não consegue vislumbrar solução para afalta de imunoglobulina humana endovenosa, usada para transfusão e notratamento de hemofílicos.No dia 1º deste mês, o Ministério da Saúde divulgou notarecomendando que as secretarias estaduais e municipais de saúde racionalizem ouso do derivado de sangue ou remanejem volumes do medicamento entre os estadospara evitar o desabastecimento.Entretanto,segundo o Conass, os 21 estados representados no conselho não têm mais estoqueda imonoglobulina repassada pelo Ministério da Saúde e alguns deles estãocomprando o derivado de sangue diretamente de fornecedores.Esse é ocaso da Bahia.Segundo o secretário estadual, José Antônio Alves, as unidades desaúde da Bahia só tem estoque para 15 ou 20 dias. "Tivemos esse problemahá quatro meses e pegamos estoque de outro estado emprestado e já repusemos.Agora, voltamos a ter o problema", afirmou Alves.Opresidente do Conass quer que o Ministério da Saúde divulgue outra nota,esclarecendo que a responsabilidade pelo repasse do derivado é do governofederal. "Do jeito que está, a nota transfere para os estados a obrigaçãode resolver o problema e nós não temos o que fazer", argumentou.O Conasslevará a preocupação com falta do derivado de sangue, amanhã, à Comissão deIntergestores Tripartite, que reúne gestores de saúde da União, estados emunicípios.Segundo oMinistério da Saúde, as dificuldades no abastecimento decorrem da decisão dosEstados Unidos, principal país exportador do derivado, de suspender a venda damatéria-prima usada na produção de imunoglobulina humana. Os Estados Unidosavisaram que a decisão deve-se a alertas sobre desastres naturais e açõesmilitares referentes àquele país que levam ao aumento do consumo interno deimunoglobulina humana.Ministérioda Saúde informou, ainda, que entrou em contato com a Organização Pan-Americanade Saúde (Opas), ligada à Organização Mundial de Saúde (OMS), para solicitar auxíliona identificação de possíveis fornecedores do medicamento com condições deatender à demanda brasileira.Aimunoglobulina 5g é importada pelo Ministério da Saúde é encaminhada àssecretarias de saúde. No caso de  falta do derivado de sangue, o médicodeve ser consultado para a prescrição de outros medicamentos ou procedimentos.