Carolina Cabral
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Mais de 90% dos 2.700 médicos residentes do Rio de Janeiro já aderiram à greve que completa hoje (8) oito dias. A principal reivindicação da categoria é a aprovação da lei que garante o reajuste da bolsa que recebem, congelado há cinco anos. A carga horária do programa de residência é de 60 horas semanais e os médicos recebem R$ 5,16 por hora de trabalho, o que equivale a um salário mensal de R$ 1.474. Segundo o vice-presidente da Associação dos Médicos Residentes do estado, Marcelo Mallet, a greve continuará por tempo indeterminado. Ele lembrou que esses profissionais são responsáveis por 70% do atendimento da população que procura o Sistema Único de Saúde no estado. “A rede pública tem um déficit importante de médicos, por isso o residente interessado na sua formação acadêmica, colabora bastante com o atendimento da rede pública de saúde. Ele é a linha de frente no atendimento de toda a população, mas sempre sob supervisão”, informou. O presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, Jorge Darze, reiterou o apoio da entidade às reivindicações da categoria: "Apoiamos também a reivindicação pela qualidade dos programas de residência médica, que é um outro problema importante, na medida em que sabemos que a rede pública de saúde atravessa um momento de dificuldade – essa crise também tem afetado a qualidade dos programas de residência médica”. Darze informou que o governo federal já sinalizou para um reajuste parcial de 30% no valor da bolsa, que começará a ser pago em janeiro de 2007. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a greve não afetou o atendimento à população, porque os residentes fazem parte do quadro complementar de funcionários dos hospitais.