Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (8), ementrevista à imprensa, que “ainda não pensou num único nome, nem quem fica enem quem sai” de seu governo. “Na hora que eu tomar a decisão vocês vão saber.Tem momento para tudo. Não vão ser as manchetes, as notícias que saem que vãome fazer tirar ou colocar um ministro. Eu tenho todo o tempo do mundo e voufazer isso com a tranqüilidade de quem precisa acertar”, afirmou.Hoje, ao discursar na cerimônia de encerramento da PrimeiraConferência Nacional de Educação Profissional e Tecnológica, logo depois doministro da Educação, Fernando Haddad, o presidente Lula disse que iriadenominar o dia de hoje “como o Dia do Fico do Fernando Haddad”. Lula depois explicou ter feito a declaração porque a platéiacomeçou a gritar “fica, fica”’, e tinha que dar uma resposta aos estudantes. “Mas eu quero dizer para vocês que até o diaprimeiro de janeiro todo mundo é ministro. Depois desse dia, vamos ver o quevai acontecer”, afirmou aos jornalistas. O Dia do Fico, 9 de janeiro de 1822, marca a decisão dopríncipe regente D. Pedro I contra as ordens das cortes portuguesas que exigiamsua volta a Lisboa. Na ocasião, ele disse "Se é para o bem de todos efelicidade geral da Nação, diga ao povo que fico”. O Dia do Fico representa,desde então, não só a desobediência às Cortes, mas também o início do processode separação do Brasil de Portugal.Ainda na entrevista, o presidente Lula disse que nomomento está mais preocupado com a questão da infra-estrutura. E anunciou queaté o final deste mandato quer trabalhar junto aos ministros nosentido de acelerar as obras de infra-estrutura no país. “Eu estou muitotranqüilo. Temos ainda dois meses de mandato para cumprir. O outro (mandato) vaicomeçar só em 1º de janeiro. O que estou fazendo agora é me reunindo com osministros para ver a questão da infra-estrutura, aonde estão as dificuldades,aonde temos problemas de licenciamento prévios, aonde temos problemas derecursos, porque quero anunciar medidas nesta área ainda este mês, ou maistardar no começo de dezembro”, disse. Ainda sobre o futuro governo, Lula adiantou queserá composto de uma forma diferente. “Nós não vamos fazer uma salada de frutas.Eu quero construir alianças com partidos políticos, quero discutir comseriedade. O que importa são as políticas publicas que o governo vai colocar emprática. O PT vai ter a participação no governo que tem o tamanho do PT, aliáso PT já tem o cargo mais importante no governo, que é o presidente daRepublica, ou seja, já é uma boa representação”. Sobre o crescimento da economia para os próximos anos, Luladisse estar convencido de que as coisas estão no caminho certo e que háperspectivas de que o país cresça nos próximos anos mais do que o habitual. “E nós vamos trabalhar para fazer aquilo que é a parte dogoverno. O meu problema agora é tentar destravar todas as coisas que podem dificultaros investimentos, e quero ver se anuncio as medidas antes de tomar posse. Eunão tenho meta. Tenho compromisso de fazer a economia crescer e voufazê-la crescer”.O ministro da Educação, Fernando Haddad, também falou comimprensa ao deixar a cerimônia de encerramento da Primeira Conferência Nacionalde Educação Profissional e Tecnológica. Ao serindagado sobre a declaração do presidente da possibilidade de ficar no cargo pormais quatro anos, Haddad respondeu: “Não cabe a mim decidir essa questão. Issoé atribuição do presidente. O que eu estou preocupado neste momento é com odestino da educação do nosso país”, disse.