Negociação sobre preço do gás boliviano terá nova rodada em novembro

27/10/2006 - 20h02

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Petrobras e a estatal YacimientosPetrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) não chegaram a um resultado na conclusão, hoje (27), de nova rodadade negociações sobre o pedido de revisão da cláusula depreços do Contrato de Compra e Venda de Gás apresentado pela estatal daBolívia. Segundoinformou a assessoria de imprensa da Petrobras, outra rodada está marcada para o período de 6 a 10 de novembro, no Rio de Janeiro. Emnota divulgada no início desta noite, a estatal brasileira garante que não haverá desabastecimento de gás no país. E que a demanda está contratada até 2010, para energia elétrica. Sobre o compromisso de fornecimento de gáspara geração termelétrica, a nota esclarece que está restrito a 12 milhões de metroscúbicos/dia. Deste total, 60% se destinam a termelétricasde terceiros (Norte Fluminense, Juiz de Fora, Termopernambuco e Termofortaleza) e o restante, para a geração de energia vendida por suas termelétricas.Na nota, a Petrobras lembra que no início do segundo trimestre deste ano, aestatal boliviana teve prejuízos em razão de chuvas intensas. E que o fornecimento deverá estar normalizado em novembro. Lembra ainda que dois acidentes ocorridos com compressores operados pela Repsol, na Bolívia, e pela Petrobras no Espírito Santos, reduziram em 6 milhões de metros cúbicos o fornecimento de gás natural. ”Existeainda a possibilidade de aumentar a oferta de gás natural parauso termelétrico através do gerenciamento da demanda de grandes consumidores industriais. Esta alternativapressupõe a substituição do gás natural por outros insumos energéticos, a aceitação desta substituiçãopelos consumidores e pelos órgãos ambientais e que odespacho das usinas termelétricas seja remuneradocom base no custo real do energético substituto”, relata a nota.A assessoria da Petrobras reafirma que a empresa está em entendimentos com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a fim de garantir o atendimento de demandasfuturas, por meio da compatibilização dos aumentos de custo com aremuneração de suas usinas. O Plano de Negócios estabelecido pela estatal para o período2007-2011 prevê investimentos no montante de US$ 22,1bilhões “para permitir a oferta de cerca  de 70 milhões de metros cúbicos por dia de gás nacional até 2010 e a importação  de 20 milhões de metros cúbicos de GNL (Gás Natural Liquefeito) até 2009; além da manutenção dos volumes atualmente contratados da Bolívia,de 30 milhões de metros cúbicos por dia”.