Defensores de direitos humanos de Pernambuco ganham programa de proteção

27/10/2006 - 9h24

Marcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - Começa a funcionar em hoje (27) Pernambuco o ProgramaNacional de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos. A iniciativa foilançada em 2003, pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência daRepública, para garantir a integridade física de pessoas que expõem a vida, naluta pela causa da justiça social.O primeiro estado do país beneficiado com as ações doPrograma foi o Pará, devido a conflitos fundiários. Pernambuco é a segundaunidade da federação favorecida com o projeto que tem custo inicial estimado emR$ 442 mil. A sede do programa foi instalada em uma casa do bairro do Derby. Nolocal já estão trabalhando policiais que receberam cursos de capacitação, umadvogado, um psicólogo e um assistente social.O secretário executivo de Direitos Humanos de Pernambuco,Marcelo Gadelha, destacou que a idéia é dar proteção policial a sindicalistas,comunicadores, juizes, gestores públicos, líderes comunitários e representantesde Organizações Não Governamentais, que sofrem constrangimento, ameaças demorte e tentativas de homicídio.Ele disse que, embora não se tenha ainda um diagnóstico dosdefensores ameaçados no estado, já se sabe que ações urgentes precisam serimplementadas nos municípios de Águas Belas e Itaíba, no Agreste do estado. “Um relatório lançado neste semana pela Secretaria Estadualde Direitos Humanos, sobre o mapa da violência, realizado em parceria com oGabinete de Assessoria Jurídica as Organizações Populares, mostra que nessesdois municípios, onde existem militância dos movimentos campesinos e grupos deextermínio, narcotráfico e pistolagem, alguns defensores estão sofrendo ameaçasconstantes”, declarou.A proteção oferecida inclui escolta policial, fornecimentode coletes a prova de bala e de instrumentos de comunicação, durante oexercício das atividades. Além disso, existe a possibilidade retirada dosdefensores ameaçados para abrigos em locais que não  terão os nomesdivulgados.A execução das ações será coordenada por integrantes demovimentos de direitos humanos, do poder judiciário, ministério público, alémdas secretarias estaduais de Justiça e de Defesa Social.