Priscilla Mazenotti
Enviada especial
Cuiabá (MT) - “Isso é parte do dossiê. Nunca foi depositado na minha conta ou de nenhuma empresa”, disse hoje (23) o empresário paulista Abel Pereira. Ele referia-se às cópias dos cheques entregues à Polícia Federal pelo ex-diretor de Gestão de Risco do Banco do Brasil Expedito Veloso.Veloso foi o responsável pela abertura do inquérito contra o empresário Abel Pereira, acusado de ser o intermediário das fraudes das ambulâncias com a gestão do ex-ministro da Saúde Barjas Negri, no governo Fernando Henrique Cardoso.Segundo o relatório parcial da Polícia Federal sobre a negociação do dossiê contra políticos do PSDB, Expedito entregou à PF cópias de cheques da Klass, empresa do grupo da família Vedoin. Expedito disse à polícia ter recebido o material da família Vedoin, acusada de comandar as fraudes da compra superfaturada de ambulâncias. O advogado Eduardo Rodrigues, de Abel Pereira, mostrou cópia desses 15 cheques, num valor aproximado de R$ 600 mil. Os cheques não têm carimbo e identificação de depósito em banco. “Eu posso, muito bem, emitir o cheque, tirar cópia e fazer prova para incriminar alguém. E foi o que aconteceu”, disse o advogado.Na semana passada, a Polícia Federal pediu cópia do depoimento do empresário Ronildo Medeiros dado à 2ª Vara de Justiça do Mato Grosso. A idéia é confrontar o depoimento de Ronildo com o do empresário Abel Pereira. Medeiros era o responsável pela montagem de equipamentos hospitalares da Planam, empresa acusada de liderar o esquema. Medeiros disse que dava 6,5% para Abel Pereira a cada liberação de recurso do esquema.