Presidente da Infraero diz que sucessão de erros culminou no acidente do Boeing com Legacy

23/10/2006 - 15h22

Kelly Oliveira
Repórter da Rádio Nacional
Brasília - O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira,afirmou hoje (23), após a cerimônia de comemoração do Centenário do Vôo do14-Bis, que houve uma sucessão de erros que culminaram no acidente com entre oBoeing 737-800 da Gol e o Legacy. Ele enfatizou que é pouco provável que tenhamocorrido falhas em equipamentos e que se o transponder do Legacy estivesse emfuncionamento o acidente teria sido evitado. Para Pereira, podem ter ocorrido erros dos pilotos doLegacy, do controle e de interpretações erradas das regras de vôo. “Pelo quesabemos até agora, em nenhum momento se comentou em pane material emnenhum dos dois aviões, nem nos radares terrestre. Eram aviões novos, comsistemas modernos. É muito difícil um transponder dar pane, é um equipamento muitoseguro. Se o transponder tivesse acionado, aquele acidente não teriaacontecido”, disse. Pereira descartou a possibilidade dos pilotos do Legacyterem confundido a expressão dos controladores “vigilância de radar” com“vetoração de radar”, quando o piloto segue somente orientação doscontroladores para voar, sem tomar iniciativa própria, o que raramenteacontece. “A expressão vigilância de radar, no mundo todo, significa que aaeronave está sob vigilância, mas a tribulação do avião continua sendoresponsável pela navegação do avião. Inclusive na preservação de altitude erota”, explicou, acrescentando que a vetoração radar não acontece a 36 mil pés,altitude em que voava o Legacy.O presidente da Infraero disse ainda que é pouco provávelque tenha havido dificuldades com a língua inglesa na comunicação entrecontroladores e piloto do Legacy. “O inglês é a língua universal da aviação.Não era um diálogo complexo, não havia uma emergência iminente, não havianecessidade de fugir da padronização. O linguajar de aviação é muitopadronizado. Os controladores sempre usam a mesma expressão”, afirmou.