Petrobras confirma negociações com Bolívia sobre nacionalização

23/10/2006 - 18h50

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Executivos das estatais do petróleo do Brasil e da Bolívia, e também do governo, estão reunidos em La Paz para discutir o decreto de nacionalização de ativos e reservas da Petrobras naquele país. A informação é da assessoria de imprensa da Petrobras Bolívia, acrescentando que participam das reuniões o gerente executivo da Petrobras para o Cone Sul, Décio Odone; o presidente da Petrobras Bolívia, José Fernandes de Freitas; representantes do Ministério de Hidrocarbonetos daquele país e executivos da YPFB (a estatal boliviana do petróleo).Termina no sábado (28) o prazo para a implementação do decreto assinado em 1º de maio pelo presidente Evo Morales, de reestatização do setor no país, e ainda não houve acordo com as empresas estrangeiras que atuam atualmente na Bolívia. O decreto prevê a transferência das reservas e dos ativos das empresas estrangeiras, que passariam a ser apenas prestadoras de serviços, para a estatal boliviana. A Petrobras e a YPFB também negociam, a pedido do governo boliviano, reajuste para o gás importado pela estatal brasileira para suprir a demanda interna.No Rio Grande do Sul, onde firmou hoje parcerias com cooperativas gaúchas para a produção de biodiesel, o diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, lembrou que o prazo limite para a conclusão das negociações em torno do pedido de reajuste do preço de gás pelo governo boliviano foi prorrogado para o próximo mês. Segundo a assessoria de imprensa da Petrobras, o diretor disse que “as negociações serão feitas com tranqüilidade e respeito às regras do contrato em vigor” que vai até 2019. O contrato prevê a importação, pela Petrobras, de 30 milhões de metros cúbicos diários de gás natural boliviano. E conforme nota divulgada pela Petrobras, o prazo para essas negociações termina no dia 10 de novembro. O preço do gás natural vendido ao Brasil foi reajustado em 2,1% no dia 1º de outubro, com base na cláusula de atualização dos contratos (GSA). O reajuste é feito a cada trimestre, com base na variação da cotação internacional de uma cesta de óleos combustíveis.