Mulheres representam 10% da força de trabalho na indústria naval fluminense

23/10/2006 - 14h20

Norma Nery
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As mulheres já representam 10% da força de trabalho nos estaleiros do de Niterói e São Gonçalo, municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.O Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí estima que, dos 16 mil trabalhadores em atividade na indústria naval, mais de mil são do sexo feminino, atuando em diversas especialidades, como projetistas, soldadoras, eletricistas ou instrumentistas.Segundo o diretor de Finanças do sindicato, Edson Carlos Rocha, as mulheres trabalhavam nas áreas técnicas de estrutura e máquinas navais, executando projetos e delineamentos de navios, mas há cinco anos começaram a se ocupar de outras atividades. “Hoje em dia, além dessa área, [a presença feminina] tem aumentado bastante na área de soldadores, porque existe a solda tig, que necessita um pouco mais de habilidade manual e é um pouco mais sensível. As mulheres têm respondido muito bem nessa área. A  inspeção de solda, também estão começando a fazer e a disputar esse espaço com os homens”, afirmou Rocha.O sindicato  vêm trabalhando para aumentar a formação de mulheres nos cursos de capacitação que promove. Atualmente, 10% dos alunos são mulheres, mas meta é chegar a 30%. No ano passado, o curso de pintura naval foi o mais procurado pelas mulheres, e 30 profissionais já estão empregadas nos estaleiros de Niterói e de Angra dos Reis.O sindicato vai oferecer em breve novos cursos de capacitação para pessoas cadastradas no banco de dados da entidade. Inicialmente, a formação se destinará ao preenchimento de 750 novas vagas no setor, mas, até o final deste ano, com a ampliação do mercado, o número de vagas subirá para 1.588, e o sindicato promoverá outros cursos, sem distinção de sexo, com recursos do Plano Setorial de Qualificação Profissional, desenvolvido pelo Ministério do Trabalho e Emprego. De acordo com estimativa do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí, até o final de 2007, a indústria naval vai abrir mais de três mil vagas, número que poderá subir para cinco mil até o primeiro semestre de 2008.